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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Gota D’Água - Joana

Só agora há pouco, depois de tanto tempo acordados, finalmente os dois conseguiram adormecer. Depois de tanto susto, como por encanto, o rostinho deles voltou a ter não sei não… Parece que de repente, no sono, eles encontraram novamente a inocência que estavam pra perder. Olhando eles assim, sem sofrimento, imóveis, sorrindo até, flutuando, olhando eles assim, fiquei pensando:  podem acordar a qualquer momento. Se eles acordam, minha vida assim do jeito que ela está destrambelhada, sem pai, sem pão, a casa revirada, se eles acordam, vão olhar pra mim. Vão olhar pro mundo sem entender. Vão perder a infância, o sonho e o sorriso pro resto da vida… Ouçam, eu preciso de vocês e vocês vão compreender: duas crianças cresceram pra nada, pra levar bofetada pelo mundo, melhor é ficar num sono profundo com a inocência assim cristalizada.

Ninguém vai sambar na minha caveira. Vocês tão de prova: eu não sou mulher pra macho chegar e usar como quer, depois dizer tchau, deixando poeira e maleira na cama desmanchada. Mulher de malandro? Comigo, não. Não sou das que gozam co’a submissão. Eu sou de arrancar a força guardada cá dentro, toda a força do meu peito, pra fazer forte o homem que me ama. Assim, quando ele me levar pra cama, eu sei que quem me leva é um homem feito e foi assim que fiz Jasão um dia. Agora, não sei… Quero a vaidade de volta, minha tesão, minha vontade de viver, meu sono, minha alegria, quero tudo contado bem direito… Ah, putinha, ah, lambisgóia, ah, Creonte. Vocês não levaram meu homem fronte a fronte, coxa a coxa, peito a peito. Vocês me roubaram Jasão co’o brilho da estrela que cega e perturba a vida de quem vive na banda apodrecida do mundo… Mas tem volta, velho filho da mãe! Assim é que não vai ficar. Tá me ouvindo? Velho filho da puta! Você também, Jasão, vê se me escuta. Eu descubro um jeito de me vingar.

Gota D’Água - Joana

Só agora há pouco, depois de tanto tempo acordados, finalmente os dois conseguiram adormecer. Depois de tanto susto, como por encanto, o rostinho deles voltou a ter não sei não… Parece que de repente, no sono, eles encontraram novamente a inocência que estavam pra perder. Olhando eles assim, sem sofrimento, imóveis, sorrindo atpe, flutuando, olhando eles assim, fiquei pensando:  podem acordar a qualquer momento. Se eles acordam, minha vida assim do jeito que ela está destrambelhada, sem pai, sem pão, a casa revirada, se eles acordam, vão olhar pra mim. Vão olhar pro mundo sem entender. Vão perder a infância, o sonho e o sorriso pro resto da vida… Ouçam, eu preciso de vocês e vocês vão compreender: duas crianças cresceram pra nada, pra levar bofetada pelo mundo, melhor é ficar num sono profundo com a inocência assim cristalizada.

Ninguém vai sambar na minha caveira. Vocês tão de prova: eu não sou mulher pra macho chegar e usar como quer, depois dizer tchau, deixando poeira e maleira na cama desmanchada. Mulher de malandro? Comigo, não. Não sou das que gozam co’a submissão. Eu sou de arrancar a força guardada cá dentro, toda a força do meu peito, pra fazer forte o homem que me ama. Assim, quando ele me levar pra cama, eu sei que quem me leva é um homem feito e foi assim que fiz Jasão um dia. Agora, não sei… Quero a vaidade de volta, minha tesão, minha vontade de viver, meu sono, minha alegria, quero tudo contado bem direito… Ah, putinha, ah, lambisgóia, ah, Creonte. Vocês não levaram meu homem fronte a fronte, coxa a coxa, peito a peito. Vocês me roubaram Jasão co’o brilho da estrela que cega e perturba a vida de quem vive na banda apodrecida do mundo… Mas tem volta, velho filho da mãe! Assim é que não vai ficar. Tá me ouvindo? Velho filho da puta! Você também, Jasão, vê se me escuta. Eu descubro um jeito de me vingar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tic-Tac

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Tic-Tac, acusava o relógio na parede meticulosamente posicionado acima da pia da cozinha.

Tic-Tac, insistia.

Olhou para o relógio, objeto de devoção e, ao mesmo tempo, descontentamento. Tic-Tac protelava, Tic-Tac, como se gritasse com todas as forças.

‘Mais dez minutos’, pensou. Foi até a janela, olhou para o apartamento da frente, cortinas e um mundo todo oculto por trás delas. Ouviu o barulho do vento, não por tempo o bastante, vivia numa lata de sardinha… Se fizesse esforço poderia até mesmo escutar a respiração dos vizinhos, não era preciso muito esforço. Seus devaneios foram interrompidos pelas condições da vizinhança. Respirou fundo, fechou os olhos, desejou que tudo desaparecesse.

Tic-Tac, Tic-Tac… Ouvia ao fundo dos seus pensamentos.

Tic…

E, de repente, nada de tac. Nada de tic, nem de tac, sem Tic-Tac. Nada de vizinhos, nada de barulho, nada de incomodo.

Voltou-se para o relógio, surpresa… Ficou abismada com o acontecimento, nada de tic, nem de tac, ponteiro algum se movia.

E o tempo? Sem tempo, o tempo havia parado. Nada de tempo, nada de nada. Sem tempo.

‘Isso só pode significar algo…’

‘Sem tempo, o tempo parou. Se não há tempo tenho, pois, todo o tempo do mundo’, concluiu rapidamente.

Um sorriso iluminou-lhe a face. Se tinha todo o tempo do mundo sem ter tempo algum, então havia um ponto em que o infinito poderia ser finito e por fim… Ela podia chamar o mundo de seu.

Fechou os olhos novamente. ‘Você está ficando louca’, disse em voz baixa. Correu para o quarto, pegou na cômoda o relógio de pulso, nada de tic, nem de tac. Correu até a escrivaninha, verificou o relógio, novamente, nem tic, nem tac.

Decidiu não questionar-se sobre a perda repentina do tempo… O tempo se perdeu oras! O que é que havia de errado nisso?

Ficou horas e horas não fazendo nada, se não havia tempo… Nada poderia ser considerado nada uma vez que não havia nada a ser perdido. Nada era perda de tempo, o que poderia ser melhor que isso?

Se o tempo havia parado, não passava, nem voltava… Como saberia onde ia chegar?  Lugar nenhum.

Viu-se presa no seu desejo mais voraz, nada de tempo significava nada de nada.

Tempo algum, coisa alguma, lugar nenhum… Nada.

A hora não passava, nem sequer havia hora!

O que deveria fazer? Completamente sozinha num mundo sem tempo, decidiu que era preciso sair, procurar algo ou alguém que pudesse dividir tempo nenhum com ela, correu pelas ruas e nada encontrou. Após muito procurar sentou-se num banco qualquer, se tivesse olhado ao seu redor teria percebido que não era um banco qualquer, teria percebido que aquele lugar não era lugar nenhum, mas não olhou, tudo havia se tornado coisa alguma, não importava. Inconformada com o resultado do seu desejo respirou fundo que cobriu o rosto com as mãos.

Decidiu que se todo o tempo havia se transformado em nada poderia ficar lá para sempre. Fechou os olhos, havia desistido de qualquer coisa, coisa alguma.

E, na sua rendição encontrou o tempo que procurava, mesmo que o tempo não existisse, poderia ficar ali, sentada para sempre. Sabia que para sempre não existia, tão pouco existia nunca, de qualquer forma ela podia fazer suas regras uma vez que estava sozinha perdida em tempo algum.

De repente, algo aconteceu, sentiu algo sobre seu ombro esquerdo. Alguém, finalmente! Alguém!

Alguém no meio de nada, coisa alguma, lugar nenhum.

Virou-se rapidamente para que pudesse vê-lo. Os olhares se encontraram… Alguém! E então…

Tic-Tac.

sábado, 12 de novembro de 2011

Sem título

As palavras tem que ser o bastante, tem que ser tudo aquilo pelo que você lutará até o fim. Não basta dar importância a elas, é preciso mais que isso. Muito mais que isso… É preciso presenteá-las com vida.

Incoerente

Vejo um filme todo passando novamente,

Não consigo me convencer das minhas palavras…

E, como se não bastasse, tenho que dar razão a você e aquela sua verdade…

Dita de forma cruel e detestável.

No fim, você estava certo, mesmo que errado.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sol

Correu, correu, correu,

Queria abraçar o sol.

Correu, correu, correu,

Caiu do mundo.

Nem sempre é um final feliz,

Mas isso não diminuiu de forma alguma,

A importância desses momentos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Foto do dia: Taraxacum officinale, Dente-de-Leão

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Bastou um sopro para que tudo se dispersasse e fosse levado pelo vento, a partir daquele momento sua vida seria repleta de buscas incansáveis e respostas não definitivas… Diferentes, as diferenças eram absurdas e tudo aquilo que formava um todo separou-se para tomar rumos distintos… Mas estes ainda convergiam de um único ponto, vinham do mesmo lugar e isso os tornava iguais, fazia deles o que eram e o que eram para ser seria apenas mais um detalhe, pífio.

Em cada parte, por mais ínfima que fosse… havia sua essência, isso não poderia ser mudado.

“Eles fazem o que fazem, porque são o que são.” – Abraham Lincoln

 

 

Foto do dia foi uma idéia de um amigo meu há meses atrás, a inspiração veio hoje com essa foto (que eu tirei :p), então aqui estamos com “Foto do dia”, que é um texto inspirado numa foto.).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Coisificação do homem

Ocorreu-me recentemente o quanto ignoramos as pessoas e, a partir deste, surgiram várias problemáticas que se apoderaram dos meus pensamentos.

No ponto de ônibus passavam por mim desconhecidos, mas em algum momento deixei de vê-los dessa forma e criei, para casa um, histórias, vidas inteiras, em questão de segundos todos aqueles estranhos tornaram-se pessoas.

Acredito que talvez estejamos condicionados a ver as pessoas como vemos objetos, não depositando nelas expectativas, sentimentos, ignorando o fato de terem, assim como nós, família, trabalho, etc.

Essa impessoalidade me incomoda, nos prende à uma zona de conforto onde nos relacionamos de forma superficial e mecânica como se os exteriores fossem coisas e não seres humanos…

Não cabe a mim criticar o sistema, muito menos culpar este ou aquele pelo que passei a chamar de ‘coisificação do homem’, julgo cômodo demais ignorar quaisquer características no próximo, trata-lo como algo sem importância, deste modo fica mais fácil levar a vida, viver a rotina e o fardo de saber que há pessoas com problemas maiores que os seus passa a ser mais leve, quase deixa de existir.

Obviamente algo que chamou a atenção naquele dia… Uma coisa, e por coisa entenda uma pessoa, extrema, fora do padrão, em outras palavras: uma coisa estereotipada. Um senhor maltrapilho, veio em minha direção falando sozinho, cambaleando com uma garrafa em mãos.

“Um bêbado”, você logo imagina… É isso que se deve evitar, coisificação… Comecei a imaginar sua história, seus motivos, problemas, a partir disso ele deixou de ser uma coisa e se transformou em uma pessoa.

É preciso enxergar aquele ‘bêbado’ além desse rótulo, parar de julgar e simplesmente classificar e sistematizar desconhecidos. Se você olhar ao seu redor notará diversas pessoas cheias de peculiaridades sendo negligenciadas e vistas como coisas.

Se eu lhe desafiar a personificar uma coisa… Você seria capaz de transformar um estranho numa pessoa com sentimentos, opiniões e uma história, assim como você?

É um bom desafio.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sentido.

Quando não me restarem motivos pra sorrir vou lembrar de sorrisos de outrora…

Um novo surgirá só pelo fato de ninguém ter tido todas as felicidades que eu tive.

O que é esperado…

E se você diz que está tudo bem, está tudo bem?

Gostar de alguém é difícil… meus pés tentam se manter no chão, mas não conseguem, me sinto leve, livre.

Felicidade define? Talvez. Minto… Sim! Sinto-me feliz, sinto-me diferente, transformada, há aquela vontade de voltar, mas essa é facilmente vencida pela vontade de continuar, de prosseguir, buscar algo… buscar algo ao seu lado, por mais que isso me negue e me tire o que eu acreditei por tanto tempo.

Se me importa? Importa, mas antes disso… antes disso vem a sua pessoa, todas as horas que passo pensando em você e no que costumo chamar de nós, isso me importa mais, isso me vale, vale qualquer sentimento de insegurança.

Basta? Basta.

Vale? Vale.

É  suficiente? Definitivamente não.

Não pode ser suficiente uma vez que nunca é o bastante, nunca é demais, nunca vai sobrar, muito pelo contrário…

Tudo aquilo que for muito… sempre vai acabar sendo pouco.

E do pouco sobrevivo… esperando o muito, que nunca será, mas sendo… o é.

domingo, 2 de outubro de 2011

Infinito

Infinito, será que poderia chamar assim? Tudo o que gostaria de dizer e talvez devesse, tenho muito a dizer, mas as palavras recusam-se a se ordenarem em orações.

É finito, sem dúvida, cada começo é um fim em si. Uma transformação, duas, três… Inúmeras, todas as possíveis.

É finito, mas não parece um fim, parece com nada. Não tem definição.

Todo dia um fim, um término. Um ponto final, dois ou três, reticências… O dia de amanhã será um novo começo, a transformação do hoje e assim por diante.

No fim… Acho possível chamar de infinito, assume um disfarce, menos assombroso do que aquela premissa de que ele, ao ser infinito, perdura imutável.

Ah! O sabor da mudança… Doce e amargo, assim como deve ser!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Equilíbrio

Se faz necessário, no caso de engano, atentar-se a pequenos padrões. Cenas antes vivenciadas, sentimentos já vividos, palavras ditas outrora. É importante utilizar-se destes para notar o engano, pois após certo tempo os métodos quantitativos e qualitativos confundem-se traçando uma linha tênue entre acerto e erro. Equilibrar-se nesta é tão difícil quanto posicionar-se em um de seus lados.

E se… Acertos forem erros e o oposto também for igualmente verdadeiro?

Quem pode julgar tamanha subjetividade?

domingo, 18 de setembro de 2011

Antigo, dos tempos de 2008

Já anoitecia, enquanto ela fazia preces e mais preces para que a escuridão não voltasse. Eram inúteis, ela sabia, mas eram sua única motivação, seu único objetivo de vida.

Quando a escuridão chegava e tudo ficava negro, era possível ouvir seu coração batendo com força. A aflição tomava conta de seu ser, enquanto sua carne, já esquecida, congelava com a gélida brisa da noite. Impossível não sentir agonia naquele momento, algo estava ali e ela sabia que não iria partir até que a escuridão e as sombras se fossem ao amanhecer.

Respirou fundo e levantou-se, não poderia ficar encolhida naquele canto, no chão, até que as longas horas da noite passassem. Torturantes horas de medo. Caminhou pelo breu, não enxergando nenhum palmo diante de seus olhos, esbarrou em alguns móveis posicionados na sala. Ao chegar à porta do cômodo estagnou, paralisada não conseguia mover nenhum músculo de seu corpo. As tentativas eram inúteis e no fundo, no fundo, ela sabia disso.

Aquilo sempre sempre a perseguiria. Um estranho, desconhecido...

Perdas, transformações, mudanças e preconceitos.

Com o tempo aprendemos que perdas são acontecimentos necessários, mas isso não significa que estejamos preparados para lidar com elas. E a palavra perda tão pouco representa a essência do seu significado. A perda, em sua grande maioria, significa pouco mais que ‘partida’, engana-se aquele que acredita que as coisas se perdem, nada se perde.

Aquilo que acreditamos ter se perdido encontra-se por aí, transformado. Mudanças são necessárias, o mundo está cheio e a vida farta delas…

Ainda assim… mesmo depois de me convencer com argumentos que acredito terem muita relevância, não posso evitar, não quero perder as coisas, não quero deixar que elas se transformem em incertezas sob as quais não tenho controle.

Afinal, não é isso que é necessário evitar? O preconceito daquilo que não conhecemos por causa do medo de não ter poder sobre o desconhecido? De certo modo, acredito ser mais do que evitar… Na verdade, se faz necessário banir.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Abraço

Em meio a inúmeras transformações e reviravoltas algo havia se perdido… E, por mais que ela entendesse e tivesse se comprometido a lidar com eventuais perdas e mudanças, não poderia evitar certos pensamentos que geralmente não passavam de perturbações.

Quando se cansava de pensar a respeito de tudo e todos não mais esbravejada como antes, pelo contrário, após perceber que de nada adiantava aprendeu a fechar os olhos e transportar-se a um mundo só seu. Um mundo onde nada havia se perdido ou sido deixado para trás.

Ela podia sentir sentimentos de outrora com a mesma intensidade, sem remorso ou culpa, sem precisar se preocupar com todas aquelas consequências e todos os poréns. Nada de antigas e novas perturbações.

E… Ao abrir os olhos era possível se sentir revigorada, pronta para uma nova batalha, pronta para continuar sua jornada.

Era possivel abraçar o mundo…

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Capitalismo de Estado molda a segunda etapa da globalização

O Leviatã, obra de Thomas Hobbes escrita no século XVII, tem como base o fato a insatisfação do homem, em seu egoísmo exacerbado, com o mundo, que não consegue suprir todas as suas necessidades, e para domar esse egoísmo e essa luta de ‘cada um por si’ surge, na concepção de Hobbes, a necessidade de um Estado que regulamente e imponha regras à sociedade civil, um governo absoluto e incontestável. O Estado seria o responsável pelo contrato social.

Desde a queda do Muro de Berlim acreditou-se que o liberalismo passaria a reinar daquele ponto em diante, o Estado estaria mais de acordo com idéias de John Locke, ou seja, serviria somente para a regulamentação e ordem, não haveria poder absoluto e incontestável, o Governo só se certificaria de que os contratos estariam sendo cumpridos.

O neoliberalismo foi então surgindo aos poucos, o neoliberalismo pode ser interpretado como um liberalismo aplicado, de fato, à realidade na qual nos inserimos, é o liberalismo colocado em prática.

Com a crise econômica de 2008, tudo isso foi virado ao avesso e eis que surgiu, de resquícios e necessidade, o que chamaríamos de ‘Novo Leviatã’, onde o estado retorna ao controle, dessa vez a fim de reorganizar um sistema em colapso.

Nos tempos da crise, várias empresas foram estatizadas, as despesas públicas aumentaram, foram lançados pacotes fiscais multimilionários de estímulo às economias e os déficits públicos cresceram a níveis recordistas.

Nos Estados Unidos esses sinais já vinham sendo notados antes mesmo da crise, George W. Bush contrariou as receitas econômicas liberais propaladas pelos republicanos promovendo aumento de gastos públicos com a Guerra do Iraque e, por outro lado, gastou também ampliando o sistema de saúde para idosos.

O termo Globalização, que era utilizado para associar a concorrência de grandes empresas privadas do mercado mundial, agora passa por uma transformação, onde é necessário rever seu significado. A emergência de empresas estatais entre grandes conglomerados globais reflete mudanças decisivas onde a principal é o sucesso de modelos estatais como o da China, onde as decisões são tomadas pelo núcleo de poder político.

A Segunda etapa da Globalização apresenta de maneira cada vez mais acentuada um aspecto policêntrico.

“Não é preciso apostar no rápido declínio dos Estados Unidos para constatar que o século XXI não será a era do liberalismo triunfante profetizada na hora da extinção do socialismo soviético.”

 

 

Baseado no Artigo de mesmo nome retirado do jornal Pangéia, Abril de 2010.

A Música, a dança.

Levou um bom tempo até que eu finalmente percebesse que a nossa música não era nossa...

Sempre foi minha, sempre fui eu.

Sozinha.

Chave

Sinto que preciso simular mais, criar mais… Procurar aquelas antigas personagens, aquelas antigas histórias.

Aparentemente, quando não temos do que fugir paramos de procurar realidades paralelas onde tudo costuma ser melhor descrito do que a nossa própria.

A porta está fechada, procuro a chave que me faça voltar ao mundo das palavras.

Esquecer.

O primeiro passo para esquecer algo é expondo-o.

A Dança

“Nada é impossível”, disse ele enquanto me segurava pela cintura e me conduzia no ritmo da música. Deixei minha cabeça cair-lhe sob o ombro enquanto aquelas palavras ecoavam dentro de mim.

Lembro-me de ter fechado os olhos por alguns instantes, havia esperado tanto por aquele momento, tudo o que queria era guardar cada gesto, cada movimento. Queria guardar aquele momento para sempre.

Ele certamente me intimidava, eu podia jurar que nunca havia me sentido daquela maneira antes. Olhei-o nos olhos, ele me sorriu como se eu fosse a única coisa que lhe importava, eu estava sob o seu domínio, pertencia a ele. E ele me pertencia.

Pertencia-me como sempre, mas já não em um sonho tolo que uma garota tem sobre uma ilusão qualquer. Ele agora era tudo, menos ilusão. Era real, podia senti-lo comigo.

Nada poderia nos separar, estávamos ligados pela eternidade, o que quer que isso significasse, eu estaria ao seu lado para sempre.

Algumas lágrimas teimaram na tentativa de escapar, eu não queria chorar, uma delas finalmente quebrou a barreira e molhou minha face, um sorriso tímido veio à tona.

Posso jurar que naquele momento senti meu rosto corar, ele olhou para mim e sorriu, sem deixar de dançar, enxugou-a.

Tenho certeza que ele nunca entendeu e que provavelmente nunca chegue a entender o motivo daquela lágrima. Se fosse descrevê-lo com uma palavra ela certamente seria ‘contido’. Ele passou tanto tempo tentando se esconder, quando finalmente viu que não havia como, bem... Ele percebeu que podia confiar em mim.

Os acordes finais davam seus sinais, eu estava com a cabeça pousada em seu ombro direito, lembro-me exatamente das palavras que ele pronunciou.

“Nós estamos ligados, sempre estivemos, sempre estaremos”.

Ele continuou dançando até que a música acabou e a banda parou de tocar. Agiu como se nada houvesse dito. Mas nós sabíamos que ele estava certo, sabíamos o que havia sido dito e isso era algo tão nosso, tão singular, ninguém podia nos tirar aquela dança.

Aquela dança me mostrou o quanto eu podia amar alguém. O quanto eu podia amá-lo.

Hoje posso ouvir aquela mesma música, a nossa música, é como se tudo acontecesse novamente, cada mínimo detalhe, cada suspiro, cada passo daquela dança, cada palavra.

Eu o amei por tanto tempo à distância, amei por tanto tempo aquela ilusão, mas nada foi melhor do que estar nos braços dele, ser guiada por ele.

Nada pôde ser melhor que amá-lo, nem nunca será.

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(dos tempos de garoto apaixonada, tempos e tempos atrás)

Tolice

Algo dentro de mim está perdido, você vê? Penso que todas as coisas se perdem por um motivo, às vezes até mesmo para que possamos nos encontrar… Em algum ponto da estrada.

Que estrada? Boa pergunta, fico aqui divagando acabo me perdendo, tropeçando nas palavras, sem conseguir terminar um pensamento sequer… Pode isso?

Tolice!

Narro, me perco, faço hora, não lembro, não acho… Tolice! Pode isso? Falar, falar, falar e terminar por se perder no meio da fala?

Felicidade? É você?

Desespero

Escrevo palavras inutilmente, jogo-as num papel, despretensiosamente, desesperadamente.. Quem sabe assim eu consiga encontrar algumas poucas que me satisfaçam. Talvez não seja inútil, será? Um treino, um exercício?

13 de Setembro de 2011

Hoje não passa de ontem, mas ainda não é amanhã. Um breve espaço do tempo, uma pausa. Enquanto procuro palavras, rezando por inspiração, um homem na televisão tem uma tentativa frustrada de se matar. Dividimos o mesmo sentimento de fracasso? Em partes… mas olhando para trás e para o que eu me tornei, há muita vitória nos últimos tempos. Mas eu ainda preciso das minhas palavras e um longo abraço, por favor.

Abandono

Estive aqui por horas tentando encontrar palavras, nada me ocorreu. Talvez o problema seja a felicidade, talvez eu esteja tão preocupada com ela que tenha me esquecido de você, do que costumávamos ser, opostos. Toda aquela admiração que eu tinha pelas suas crenças, pelas suas atitudes, pelo que você pregava…

Hoje tudo o que eu faço é me perguntar se não estavamos errados durante todo esse tempo. Estavamos errados?

Desculpe-me, tudo me faz crer que sim, mas não quero, me recuso a acreditar. Não posso, posso? Você vê? Acho que você melhor do que ninguém compreende, nota a mudança, as palavras fugiram, restou a mediocridade.

E se tudo aquilo que você ama lhe abandona… para quem você recorre? O que você faz?

Para onde você foge?

sábado, 10 de setembro de 2011

Clareza

E se você sente algo, se sente alguma coisa…

Vai ser considerado um fraco?

Não, desde que você admita e consiga dizer.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Metamorfose

Sabe quando você sai de casa com a sensação de que vai morrer?

Estou morrendo.

O que me consome neste momento é uma transformação.

Não, não, mais que isso… Trata-se de uma metamorfose.

Algo desagradável está tomando conta de mim.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

As mesmas reticências

Às vezes penso a vida como um texto
Parágrafos, pontos, vírgulas, reticências
Meus momentos preferidos são as reticências
Poderia até mesmo viver dentro delas
Numa continuidade descontínua, infinita
Um fim sem jeito de fim,
Fim - que dependendo do ponto de vista - tende a ser começo, meio, término.
Abstrato, curioso!

domingo, 21 de agosto de 2011

Criatividade

Se eu fosse criativa não trabalharia com palavras,

E sim, desenhos…

Pessoas com imaginação e criatividade desenham.

Pessoas presas a realidade escrevem para tentar fugir dela.

domingo, 14 de agosto de 2011

A melhor de todas as experiências...

Coldplay 093 O coração chegou a bater muito forte por diversas vezes no dia 2 de Março de 2010. Após esse dia, todos os dias tem sido cheios de lembranças… e saudade. Saudade só é saudade quando aperta e faz doer… E  no meu caso, é exatamente assim… 
Coldplay 072Quando eu entrei no estádio do Morumbi, acompanhada pelo meu tio, foi uma sensação ótima! Eles estariam tocando ali em algumas horas, e toda a espera, todos os mais de três anos de espera teriam valido a pena…
É estranho, eu me senti perdida em maior parte do tempo, foi algo único, indescritível. Quando a banda Vanguard subiu ao palco, aproximadamente sete e meia da noite, já se notava a agitação no estádio, ele estava começando a lotar, algo que eu pensei, horas mais cedo, que pudesse não acontecer.
Saiu de cena o Vanguard para dar a vez ao Bat for Lashes, uma banda que eu desconhecia até então, mas que me cativou, achei a batida deles demais, não nego, até a vocalista me cativou… Apesar de tudo isso, eu ainda esperava, ansiava e contava os miléColdplay 121simos de segundos para a  entrada da melhor banda do mundo.
A equipe começou a arrumar o palco para eles entrarem e daí até a hora da entrada deles os minutos foram se arrastando com dificuldade, foi como uma tortura, uma tortura deliciosamente empolgante… Uma borboleta saiu do meio da multidão e foi voando em direção ao palco, tão pequena e frágil, tão significativa, era como se tudo estivesse abençoando aquela noite, a borboleta voou até o palco e sumiu entre refletores e luzes.
As luzes se apagaram, e então eu sabia, eram eles entrando, meu coração  quase pulou fora naquele momento e eu não pude conter meus gritos, eles estavam tão perto de mim, tão perto que eu podia ver as Coldplay 166gotas de suor de cada um.
Coldplay subiu ao palco dando início ao melhor show da minha vida, não entendi ainda o porque, mas naquele momento eu olhei para o céu, e ele, que antes estava encoberto por nuvens grossas e pesadas de chuva, havia aberto espaço para milhares de estrelas e uma grande lua, uma lua mágica. O céu preparou o ambiente perfeito para o show, um céu estrelado e um luar maravilhoso.
Ao som de grandes sucessos, músicas recentes e uma nova… Dom Quixote, o Coldplay transformou qualquer outro acontecimento da minha vida em algo obsoleto. Vibrei em Life in Technicolor I quando eles entraram e tudo estava escuro, vibrei com Violet Hill, cantei com toda a minha alma Yellow, ergui meu celular em Fix You, pulei ao som de Politik, vibrei com Talk na versão techno, pulei em busca de borboletinhas em Lovers in Japan, peguei uma no ar, um feito, tendo em vista que o vendo as levava para o palco e era uma façanha pega-las antes de caírem no chão, chorei em The Scientist, chorei por ver a música da minha vida ao vivo, chorei por estar ali, e por saber queColdplay 076 aquele momento, embora inesquecível, acabaria como todas as coisas boas da vida. 
Quando eu saí do show, com o meu LRLRL em mãos e mais de duzentas borboletinhas em um saquinho que eu levei pra elas… Tudo parecia não passar de um sonho, o melhor de todos, eu estava nas nuvens, foi mágico, MÁGICO! Estava em estado de choque! Era como se ainda nem tivesse acontecido, mas…
Nada, repito, nada foi melhor que aquilo, nem será, foi uma sensação única, e no dia seguinte, com dores no corpo todo, com mais de 14 aulas perdidas, vendo os vídeos e fotos, eu tive certeza daquilo que eu já sabia… Valeu cada segundo, cada centavo, cada lágrima e dia de espera, valeu tudo.  Um arrepio me percorreu o corpo.
Eu estive lá, vi eles de perto, cantei com eles. Nada nunca vai superar essa sensação. A melhor de todas as experiências…

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Ainda que eu tentasse descrever o show em minhas percepções não estaria sendo verdadeira, tudo que eu falar sobre aquela noite, é eufemismo.


Post importado do blog Sweet Side.

Porque Eu Sei Que É Amor

Papai

Em dezoito anos essa é a primeira vez que passo um dia dos pais longe de você, pensei em mil maneira de lhe dar um Feliz Dia Dos Pais decente, mas acho que nenhuma delas substituiria um abraço.

De qualquer forma, apesar da distância, apesar de todas as estradas, ruas, bairros, cidades e estados que nos separam nesse dia especial… Bem, é o seu dia e, mesmo que não lhe diga isso pessoalmente, posso afirmar que esse dia é muito seu.

Você é um pai excelente, sou parcial, eu sei, mas não importa, você é sim o melhor pai do mundo, a melhor pessoa no mundo, pelo menos a única (juntamente com a mamãe e a Bruna) que eu serei capaz de amar incondicionalmente da forma mais pura, real e verdadeira que pode existir.

Não é fácil demonstrar tais sentimentos, eu falho muito nisso e talvez até seja o motivo por eu ter passado as últimas duas semanas pensando no que fazer neste dia… Pensando, planejando, adiando…

Agora deve ser quase uma da manhã, do dia dos pais, acho que demorei tanto para escrever por medo de não encontrar palavras o suficiente, de fato… ainda não encontrei as que desejava.

Posso passar horas contando todas as lembranças que eu tenho com você, momentos pai e filha, momentos pai e adolescente revoltada, momentos tensos de conflito, momentos de carinho e afeição.

Hoje eu vejo claramente certas coisas, coisas das quais você costumava se queixar quando morávamos juntos. A saudade aperta toda noite quando penso que poderia estar a caminho do seu quarto para dar boa noite, por muitas vezes reclamei disso, ‘ah, sério? Não quero ir agora!’, mas hoje, me faz uma falta da nada, chega a doer. Tudo o que penso é que devia ter aproveitado melhor o tempo que tive, porque ele não volta.

Saudade é um sentimento complicado, quando você não espera ele aparece, daria tudo por um abraço seu agora. Para estar aí agora… Mas é algo necessário e eu aprendi com você diversas coisas, milhares delas com por exemplo… Não pensar na saudade agora porque quanto mais eu pensar nela mais devagar vai passar o tempo até que eu volte para casa… Bem, talvez eu não tenha aprendido tão bem assim porque agora não consigo evita-la.

Grande parte do que sou se deve a você. Aprendi que devo fazer coisas que resultem em outras positivas, que devo ter orgulho de quem sou, que devo dar valor a tudo o que tenho, mesmo aquelas coisas que não me agradam tanto… Aprendi que o trabalho é importante e que constrói o caráter de alguém. Não importa qual seja esse trabalho.

Nós sempre fomos muito próximos, com os anos isso sumiu, a culpa foi minha, tenho consciência disso, me arrependo, mas não foi algo feito de caso pensado, aconteceu e não sei explicar o porquê. Não há mal sem cura, certo? Temos muitos anos pela frente e esses últimos seis meses nos aproximou muito e pude entender muito sobre você, quem você é e os seus motivos.

Eu tenho orgulho de ser sua filha, pai. Gostaria de lhe dizer que sou grata por todos os seus esforços para que eu tenha algo, para que eu construa um futuro e… Se tem algo que eu quero que você sinta por mim, além de amor, é orgulho. É por isso que eu vou lutar para conquistar meus objetivos, para que um dia você possa olhar para tudo o que você lutou por mim, todas as batalhas que você enfrentou por mim, pensar que valeu a pena e que sente orgulho de quem eu me tornei, porque isso será uma parte de você também.

Obrigada por ser o melhor pai do mundo, por ser essa pessoa maravilhosa, por ser esse exemplo, por ser meu herói.

Com amor,

Camilla.

domingo, 7 de agosto de 2011

Marcas

Bobagem a minha! Tolice!

O que foi não se vai, nada se vai… Tudo fica para me lembrar.

Como uma marca.

Não desaparece, não se limpa, não se corrige.

Já não é mais como um cristal.

Partiu-se.

Está marcado.

domingo, 17 de julho de 2011

Moving to Mars

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Você passa a vida toda esperando por momentos, eles acontecem e se vão assim como o tempo, que passa e lhe leva a inúmeros lugares novos e diferentes. Não há como ficar num momento para sempre, nem viver a mesma coisa duas vezes como se fosse a primeira.

 

Esperei por muito tempo para que o que estou passando agora acontecesse, esperei anos para sair de casa, morar sozinha, cuidar de mim… E agora, tudo parece tão estranho! Talvez eu não tenha pensado em como isso seria, como eu lidaria com todo esse ‘novo’. E agora, dois dias antes de me mudar para uma cidade nova, um estado novo, penso ‘eu devia ter aproveitado melhor meu tempo aqui’.

Será que a vida se resume a isso? Deixar o tempo passar esperando por algo e aí então… Quando esse algo acontece se lembrar de tudo que deixamos passar com aquele sentimento de ‘Eu poderia ter feito melhor, poderia ter feito mais’?

Seria a espera o veneno da memória? O veneno da vida?

Afinal, quem espera vive?

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Em dois dias me mudo para a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, vou fazer faculdade lá, Ciências Econômicas, na FURG. O título deste blog remete ao blog de mudança que estou fazendo, um projeto com detalhes de toda essa reviravolta na minha vida. Sintam-se a vontade para ler e acompanhar!

Maybe Moving Us to Mars

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sobre a vida.

Há uns três anos eu não achava que poderia lidar com o fracasso, admito ainda tenho dificuldades com isso… Mas recentemente percebi que é preciso aprender a lidar com coisas como essa, a vida não é toda certinha, toda pautada em linhas retas e exatas.

Acho que o que estou tentando dizer é que a melhor maneira de mostrar que você não é um perdedor é levantar a cabeça e seguir em frente, tentar de novo se for o caso. As coisas não dão certo sempre, elas podem dar errado com uma frequencia inimaginável, mas se você se empenhar, não desistir, não deixar o sentimento de derrota lhe impedir, bem, você vai alcançar seus objetivos.

Acho que você percebe isso quando algumas coisas que você julga muito importantes pra você dão errado e então você diz ‘é isso, acabou, acabou pra mim’, mas aí então a vida continua, e o tempo mostra que não acabou. Quando algo dá errado somos obrigados a seguir em frente e aquele que não segue está fadado a viver de derrotas, frustrações, ou seja, não vive!

Vida… Tudo bem, às vezes somos capazes de amaldiçoa-la, dar as costas à ela, mas ela continua a nos estender a mão para que levantemos e aprendamos com os nossos tombos.

No fim de tudo isso… Acho que não é a vida que nos prega peças, nós é que pregamos!

E se algo der errado, se você fracassar, há duas saídas… Ficar remoendo o erro, não seguir em frente, ou lidar com isso de uma forma positiva e continuar tentando.

Prefiro tentar lidar com os meus monstros do que ficar presa num beco sem saída e, por mais difícil que seja (ou por mais que eu demore a tomar alguma atitude a esse respeito), essa é a melhor saída, ninguém irá matar seus monstros para você.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Até logo

Eu entendo que essas talvez seam minhas últimas palavras antes de… Bem, antes do fim. Eu me pergunto com frequencia se eu não estava melhor antes de você aparecer e tomar conta de grande parte da minha vida.

Não é fácil admitir que você é quem está presente em 85% dos meus pensamentos, não digo 90% porque obviamente eu ainda tenho muito da minha vida a pensar. Todo esse espaço que eu lhe dei e não foi aproveitado… Nada me impedia de lhe ter comigo, mas hoje as coisas mudaram e eu preciso pensar em mim, 100%, preciso do espaço de volta, preciso limpar suas memórias, preciso conseguir vencer a voz que grita dentro de mim dizendo que ‘pode dar certo’.

Pode dar certo? Pode, mas não vai, insistir nisso é bobagem. Posso mudar de idéia amanhã ou depois? Posso, mas por enquanto quero fingir que é definitivo. Quero poder fingir que… Que meu coração me pertence e que não divido-o com mais ninguém além de mim.

Talvez eu estivesse melhor antes de você, talvez você tenha me ajudado a acelerar um processo que eu precisava passar… Não vou mentir, você foi importante, você é importante, mas eu sou mais. E nessa luta entre o que quero mais, o que preciso mais, o que é ou não mais importante…Acho que já sabemos a resposta de ambos os lados.

Esse espaço… Eu realmente preciso dele, mas se um dia você estiver disposto a lutar para consegui-lo de volta, lute por isso, pois não será dado como fora outrora.

Gostaría de lhe abraçar e dizer que tudo estará bem, mas não. Não posso, seria alimentar mais lembraças.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Algumas palavras sobre nós

Amizades amadurecem, dentre todos os obstáculos, todos os desencontros… Todas as despedidas.

Um adeus pode ser apagado, como poucas coisas na vida, para se transformar numa saudade sem tamanho, vontade de se encontrar, rir, conversar por horas a fio.

E, com o passar dos anos, como tudo o que é verdadeiro… Elas não diminuem, continuam lá, em meio a recordações, memórias e lembranças, boas, ruins, todas elas…Numa só.

No fim de toda essa pequena história ficam apenas algumas palavras… Pouquissimas, quase insuficientes, mas que dizem o necessário.

Não importa a distância, estarei aqui por você até quando me for permitido estar.

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domingo, 19 de junho de 2011

La Tête En Friche - Quote

Um encontro pouco comum, entre o amor e a ternura, não tinha outra coisa.Tinha nome de flor e vivia entre as palavras. Adjetivos rebuscados, verbos que cresciam como a grama, alguns ficavam. Entrou suavemente desde o córtex até o meu coração.
Nas histórias de amor há mais que amor.
Às vezes não há nehum "eu te amo", mas se amam.
Um encontro pouco comum.Eu a conheci por acaso no parque. Ela não ocupava muito espaço, era do tamanho de uma pomba com as suas penas. Envolta em palavras, em nomes, como o meu. Ela me deu um livro, e outro, e as páginas se iluminaram. Não morra agora, há tempo, espere. Não é a hora, florzinha. Me dê um pouco mais de você. Me dê um pouco mais da sua vida.
Espere.
Nas histórias de amor há mais que amor.
Às vezes não há nem um "eu te amo", mas se amam.

domingo, 12 de junho de 2011

Mask

Você consegue sentir minha expressão de alívio toda vez que tiro essa máscara?
Sim?
É algo visível demais.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Frase

Eu provavelmente nunca saberei o que se passa, mas de qualquer forma... até lá eu esqueço essa história e sigo com pequenos contos.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sobre algumas verdades

Acontece quando a gente reflete… A verdade aparece, o sonho vai embora.

Fica aquele gostinho amargo de realidade, mas ouso dizer que nada é tão satisfatório quanto dizer a si mesmo ‘eu te disse’.

Você não pode reclamar… Não foi por falta de aviso.

No entando… Ah! Quanto pode doer uma verdade tardia.

domingo, 22 de maio de 2011

Sobre erros…

Errei demais.

Não contente ignorei tudo isso e fingi estar alheia a ausência de acertos.

Pensei que estava tudo bem...

Mas… quando menos esperava recebi uma carta,

Me cobrando cada minuto que passei tentando esquecer, cada tentativa de fuga.

Só mais uma dívida incalculável que levarei muito tempo para pagar.

Por ora

Vou tentar ser verdadeira em cada uma das minhas palavras. Há muito preciso dize-lo, mas talvez por falta de coragem, talvez por medo… Talvez por ‘n’ motivos ainda não o fiz. Às vezes ignoramos tanto as coisas, acabamos esquecendo até o momento em que elas assumem uma forma diferente, até que adquiram um tamanho maior, uma importância.

Sinto que tudo tem sido assim por muito tempo, nem ao menos me recordo desde quando as coisas deixaram de ser simples. Realmente, as coisas deixaram de ser como deveriam há muito tempo. E o que resta hoje? Bom, há várias respostas, você pode até me chamar de pessimista, mas a minha, talvez permanente, é que não resta nada mais além de problemas a serem resolvidos.

Se eu fico procurando problemas, se eu fico procurando sentimentos falsos? Talvez… Não digo sim ou não, pois sei que sou terrivelmente atraída pelas situações, pelo descontentamento, pela insatisfação. Insatisfação essa que me leva a crer que nada está certo, nem estará…

Você diz que eu tenho medo, que não sei ser livre. Diz que, apesar de ser quem sou, sinto-me como outra.

Não diga tais coisas como se me conhecesse, não há nada a ser afirmado, negado ou contestado sobre a minha pessoa, como alguém poderia me conhecer antes que eu mesma o faça? Uma palavra; Impossível.

Você diz que eu preciso deixar tudo de lado, preciso pensar mais nisso e não naquilo, você me julga tola, acha que esses pensamentos que rondam minha mente precisam ser alterados, esquecidos. Você diz muitas coisas… Mas quando peço explicações, volta atrás, gagueja, não sabe o que dizer.

Não acredito que seja certo seguir seus passos quando nem ao menos você consegue definir seu caminho.

Quem é certo? Quem é errado? Há culpa em sentir demais? Há vitória em não sentir?

É hora do adeus, já levamos isso longe demais. Contudo… Ainda assim… Tudo o que posso dizer é “até logo”.

Por ora.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Confidencia

Gostaria de dizer… As palavras que aqui escrevo, por horas demasiadas, por horas escassas, ficam como ditas. Nada aqui escrito deverá ser usado contra mim, tudo foi dito, pelo bem e pelo mal, tudo está aqui… Registrado, confidenciado, marcado.

Todas aquelas palavras que por muitas vezes evitei, sublinhei, destaquei, ficam aqui colocadas com sutileza como uma grande obra.

Posso facilmente utilizar-me de exemplos, não me faltam exemplos, talvez faltem palavras, mas exemplos… Tenho aos montes.

Não agi com descaso, não faria tamanha desfeita com uma arte, com algo tão significativo quanto a construção de orações…

Acredito que meu cuidado com as palavras seja quase equivalente às escolhas de cores feitas por artistas renascentistas… Talvez não, não posso afirmar, de qualquer forma, qualquer um deles era, muito provavelmente, muito mais cuidadoso que esta que lhe escreve.

De fato, deixei escapar muitos pequenos detalhes, faltou acabamento, faltou aprimoramento. Não me arrependo.

Tudo que aqui escrevo fica como dito, não pode ser usado contra mim. Tudo aqui escrito não se foi, ainda está aqui, ainda está em mim.

As palavras podem assumir um tamanho assustador quando são ditas, ganham os céus, ganham os mundos, mas engana-se aquele que acredita que elas se percam no caminho. Não, palavras não se perdem, palavras constroem mundos, realidade e ilusão.

Cabe a elas uma tarefa que não pode ser feita por nenhum outro elemento, pertence a elas um poder inimaginável, sem cabimento, sem vergonha.

Tão difícil perceber assim? Tão maldoso perceber que elas lhe usam?

Você se engana ao acreditar que é dono de si próprio.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Livre

A consequência é o veneno da liberdade.

Incondicionalmente

Estarei aqui quando todo o mundo se esquecer… Prometo não ir embora, eu juro, estarei sempre aqui… Para você.

Quando as coisas parecerem perdidas, como se o vento as tivesse levado para longe, lhe ajudarei a procura-las.

Se as palavras se perderem, se você desistir, se não conseguir se levantar…

Estenderei uma mão para que se levante. Cairei com você se necessário.

É isso o que temos, sempre será.

Uma a outra, eu tenho você e você sempre terá a mim, porque sou uma parte do que você é e o inverso é mais verdadeiro que qualquer verdade, física ou matemática, já equacionada.

Somos uma, uma vida, uma existência, algo que nada poderá mudar.

Eu trarei estrelas para você, trarei o sol, a lua…

O que for preciso, pois, quando eu, por um capricho, pedi o mundo…

Você embrulhou-o para presente e me deu como se isso pudesse ser algo muito simples.

Estou aqui por você, sempre estarei…

Nossos laços não serão desfeitos, mesmo que…

Mesmo que o tempo acabe, que os dias e as noites cheguem ao fim…

Não tem começo, não tem meio, não tem fim…

É assim…

Incondicional.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Memória

Sinto como se estivesse presa num passado, o qual não me lembro ter vivenciado. Talvez a culpa seja só minha, talvez seja melhor culpar minha péssima memória. Lembranças reais têm, facilmente, se misturado com lembranças inventadas, já não consigo separá-las, distingui-las umas das outras, é como se todas fizessem parte de um capítulo da minha história.

E não fazem? E que história é essa?

Não se empolgue, minha história não passa de monotonia… Eu certamente não a leria se não fosse minha, obviamente…

Amores fantásticos, aventuras épicas, poesia, dores, palavras, nada disso, será?

Será que em algum ponto tive mesmo tudo e deixei esvair-se por entre os dedos?

Como saber? Deixo-me enganar pela mentira.

Não é como se alguém estivesse escrevendo minha história além de mim, estão todos alheios a ela, não importa, é indiferente… Tudo aquilo que for vivido ou não, foi e não mais será.

Foi, não mais será.

Não mais será.

Será?

Acometer-se

Fui acometida por uma tristeza,

sem tamanho,

sem razão,

sem fim.

domingo, 1 de maio de 2011

Conselho

Eu quero que você pegue todas aquelas suas fraquezas e as jogue fora,

Quero que você seja forte, que lide com tudo isso como deve ser.

Erga a cabeça, não se abale.

Aqueles que te magoam não merecem qualquer sentimento seu.

Aprenda que, por mais difícil que seja, as pessoas são passageiras,

E não há nada que você possa fazer para evitar a partida delas.

Eu quero que você aprenda a confiar em você,

Quero que você supere o que foi deixado pra trás.

Livre-se das suas fraquezas, elas não te levarão a lugar algum.

Lembre-se que estarei aqui por você,

Com carinho,

A.

Esquecer

Talvez… Se pudesses voar, se pudesses alcançar teus sonhos.

Quem sabe desapareceria.

Não se sabe. Se hoje o que te tornas quem tu és está perdido em algum lugar é porque tu se perdestes em algum ponto. Pode ser que aches o que procura, pode ser que sim, pode ser que não.

Incerto.

Talvez, se pudesses esquecer para te tornares mais leve, mas tu não esquece. Tu continuas a correr em busca de coisas deixadas lá atrás, coisas que deveriam ser esquecidas há muito.

Tu não esquece, não sonha, tu te alimentas do passado.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Locações do filme Charada (Charade – 1963)

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Charada é um filme que além de envolver suspense e mistérios apresenta vários cenários de Paris, o filme foi inteiramente rodado na cidade em pontos importantes, pode-se dizer que o filme nos dá um gostinho de Paris, algo como “Preciso conhecer esse lugar um dia”, a paisagem é bonita, merecedora do enredo…

Hotel St Jacques

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Grande parte da história se passa fundamentada no Hotel St Jacques, localizado no Quartier Latin, área localizada na margem esquerda (sul) do rio Sena, uma área conhecida por abrigar muitos estudantes, poetas e artistas.  

Jardins des Champs-Elysees

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O grande jardim, onde várias cenas foram filmadas (no início e no final do thriller), é dividido em dois pelos fundos da Champs-Elysées. As cenas foram gravadas na parte situada na junção das avenidas Matignon e Gabriel. Em uma das cenas Reggie Lampert assiste ao teatro de fantoches de Punch e Judy no Theatre Vrai Guignolet (localizado no Rond Point des Champs Élysées), que trata sobre um casal, no caso a peça é sobre Judy provar ao policial que não matou seu marido, enquanto Judy tenta buscar explicações Punch reaparece e mostra estar vivo… Segundo Reggie, Punch estava ‘ensinando uma lição à esposa’. 

Les Halles

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Antigo mercado onde comercializava-se diversos tipos de alimentos desde verduras a peixes e carnes, o mercado foi desfeito em 1970 por não conseguir competir com a economia local dando espaço a um grande complexo comercial, construído logo depois. Contudo, a igreja gótica Église Saint-Eustache, situada na entrada de onde costumava ser o mercado, continua de pé.

American Express

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Nesta locação há algumas cenas de ação, filmadas no telhado… Bom, não é assim um lugar tão importante para estar quando você for a Paris, até porque… provavelmente eles não te deixarão subir no telhado para apreciar a vista, uma pena. Mas é um local bonito!

Pont au Double/quai de Montebello

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Numa das cenas em que se questiona a identidade do assassino, Audrey e Cary Grant contracenam na margem esquerda do Rio Sena, mais precisamente na Pont au Double (logo abaixo da Catedral de Notre Dame)…

 Colonnade no Jardin du Palais Royal

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Apesar do nome, não é e nunca foi de fato um palácio da realeza francesa, localizado em frente à ala norte do Louvre, o seu famoso pátio (cour d'honneur) é delimitado por colunas, onde foram gravadas as cenas anteriores ao clímax do filme. Possui jardins e um palácio, um ótimo lugar para conhecer numa viagem a Cidade Luz! Atualmente o Palais Royal acolhe várias instituições de primeira importância como o Tribunal Constitucional e o Ministério da Cultura.

Comédie Française

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É o único teatro estatal da França e um dos poucos que tem uma companhia de atores permanente. O clímax do filme foi filmado na Salle Richelieu (Sala Richelieu), que fica no Palais Royal.

Metrôs de Paris

Os metrôs! Bom, são quase um personagem a parte, as cenas que se passam nos metrôs parisienses são muito boas!

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Só espero poder conhecer cada um desses lugares um dia, seria perfeito! Você não acha?

Mudando um pouco o foco.

Boa noite, eu não costumo fazer isso há muito tempo… nossa! Acontece que eu realmente acho que eu deveria voltar a escrever sobre o que eu quiser aqui (não que eu já não fizesse isso antes e, com muita frequência). A questão é que apesar de textos poéticos e tudo mais me interessarem muito (os de minha autoria e até mesmo os de A. France) tenho vontade (agora) de escrever sobre outras coisas pelas quais sou apaixonada…

Eu sei! Eu sei! Você que me conhece provavelmente deve ter pensando algo sobre “Hm de certo é algo sobre Audrey Hepburn” ou “Com certeza veremos mais de Coldplay por aqui”… “Quem sabe França?”.

Bom! Vocês estão certos… eu provavelmente falarei bastante sobre essas coisas… Futuramente!

Então até o próximo post!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pílula Instantânea

5414970750_0b262f5131_z_largeShhhh… Não faça barulho!

Ser feliz é bem melhor quando ninguém está olhando!

Qualquer coisa…

É preciso mesmo ser para, de fato, ser considerado alguma coisa?

Se sim…

Desto modo, o que me resta são momentos contínuos e constantes… Sendo!

Mas e se… Assim, por acaso, eu for algo que não sou?

Não serei?

Se não serei, consequentemente, deixarei de ser alguma coisa…

Que coisa serei eu?

Coisa alguma? Alguma coisa?

sábado, 23 de abril de 2011

Despropósito: Wicker Chair – Kings of Leon

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Ela não era qualquer uma, entenda, caro leitor, ela era adorável, no entanto, tinha alguns problemas em aceitar o que a vida havia lhe imposto.

Detestava imposições, detestava uma porção de coisas.

Talvez houvesse uma razão, talvez fosse por causa da busca por ilusões. Ela não se cansava de correr atrás de ilusões e todas elas, quando transformadas em desilusões, entravam para a lista de lembranças amargas.

Pobre garota, pobre sonhadora.

Detestava a condição a que estava submetida, detestava uma porção de coisas.

Ela adorava outra porção de coisas também, o silêncio, a chuva, as palavras.

Tinha medo de pessoas, medo da inconstância a qual elas estavam submetidas, inconstâncias circunstanciais, como pessoa… Ela sabia que também era atingida por este mesmo mal, nunca se perdoaria por algo que não era exatamente sua culpa, inconstância.

Quando se cansava da sua essência, dos gostos e desgostos...

Repetia em silêncio: “Pura perda de tempo! Que despropósito!”.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Suposições

Ah! a arte de complicar coisas tão simples como quimeras, quisera eu ter o poder de evitar a natureza humana de complicar, arte impertinente essa!

Pudera… Se complicar é tornar complexo algo simples, seria descomplicar um jeito complexo de tornar algo que por hora tornou-se complicado em simples novamente?

Se a vida é cheia de complicações e descomplicações, porque se torna tão simples admitir que as coisas não vão bem? Se por um lado vejo mentira, arrependimento e dores infindáveis… Sei que em algum outro deve haver, em algum lugar, algo bom… Deve haver verdade, sensação de dever cumprido e alegrias equivalentes ao Pacífico…

Labirintos, caminhos confusos, mares, terras… Céus!

Ah! a arte de imaginar como seria descomplicar todas as complicações humanas… E a resposta, existe? Será?

Será imaginação?

Romance

Ro-mance

Mance-ro

Ce-ro-man

Romance.

Equivalência

Se ao menos minha vontade de ir conseguisse se equivaler ou ser maior (preferencialmente) do que meu medo…

Certamente já teria ido e deixado todo o resto por conta do destino.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Engano

No fundo espero que alguém seja corajoso, esperto o bastante, ao ponto de me dizer o que quero ouvir, temo que o digam, mas talvez isso viria para elucidar todas essas acusações das quais me culpo.

Então diga, caro leitor, se o que você lê não passa na verdade de um falso sentimento ou uma falsa ilusão, vamos, diga! Grite, me chame do que eu preciso ser chamada…

Impostora! Farsante!

Todas essas palavras que lhe enganam, por vezes me enganam também, é preciso dizer, dizer alto, em bom som… Impostora!

Todas essas palavras, falsas, fajustas, forjadas… Trivialidades, sentimentos encenados…

Impostora, impostora, impostora! Mil vezes impostora! Condeno-lhe ao martírio, condeno-lhe ao fim.

Porque o fim da mentira não é o começo da verdade, pelo contrário, o fim da mentira é o início de outra ainda maior.

Chuva: Lost - KT Tunstall

eeNo meio do nada, sozinha.

A mente vazia, a chuva teimava em cair.

"Eu me perdi buscando você"

Rodando, dançando sob gotas de água, só havia algo no mundo, só havia o 'eu', e mais e mais, e muito mais de mim.

Respirei aliviada, o cheiro de chuva...

Liberdade.

Uma mistura de vários sentimentos, paz.

A melhor sensação de todas.

Chuva.

O sopro.

tumblr_li8djd7Vuu1qetpr0o1_500_large Acabo de me dar conta, há pouco, muito pouco, daquilo que me falta no momento, aquilo que tem me afastado do que eu preciso.

Falta-me a liberdade, não, não engane-se… Não falo daquela liberdade a que todos se referem, não é estar livre de amarras, de empecilhos, quero estar livre de mim, quero me libertar das barreiras imaginárias que eu estabeleci após falhas e decepções.

Quero dizer ‘sou livre’ ao invés de pensar milhares de vezes antes de realizar desejos e anseios, antes de dizer ‘eu posso sonhar’, ‘eu posso me iludir’. Se essa liberdade se equivale a um salto de pára-quedas, onde tudo dar errado? Talvez, mas é aquilo que me falta e, sim! Sem dúvida alguma o é!

Talvez tudo aquilo que eu preciso esteja adormecido dentro de mim, escondido… lá no fundo atrás de desilusões, decepções, erros.

Não importa, é hora de reavaliar os bens presentes nesse sótão e buscar nova mobília.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Erro: Calico Skies – Paul MacCartney

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Uma troca de olhares, foi tudo.

Eu sabia que estava errado, e sabia que as lágrimas derramadas por ela

eram culpa minha.

Por mais que eu a desejasse, por mais que eu a amasse, nada poderia apagar

os nossos erros e, talvez não tivesse que ser no final.

Minha partida curaria os equívocos e as dores que lhe causei outrora.

No passado, um bilhete... minhas últimas palavras.

"Eu te amarei pelo resto da minha vida" 

 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Expressão: Jilted Lovers and Broken Hearts – Brandon Flowers

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Observei-a dançar, uma palavra em mente, louca.

Não havia outra explicação, ela dançava como se não houvesse ninguém

além dela no ambiente, por outro lado, parecia tão livre.

 

Palavras e pessoas não estavam na minha mente, não havia nada, isso me

libertava de todas os possíveis enganos, ergui meus braços e fiz gestos,

não deixei de dançar. Não, eu não sei dançar, mas aquela música, era como

se ela me dissesse 'você pode fazer isso'. Então lá estava, dançando sem

me importar com o restante. Havia alguém me observando, havia um homem.

 

Enquanto tentava traçar hipóteses e teorias para aquela dançarina

tive uma surpresa. Ela chegou até mim, me sorriu, me chamou para dançar

também. "Não, não, eu não danço", ela me respondeu rapidamente, "eu

também não", sorriu.

 

Chamei-o para dançar, não levou muito tempo para que ele entrasse à aquele

momento, era como se tudo tivesse parado e só restasse a música. Dançamos

com nossos passos improvisados, expressão, dança de expressão, deixamos

nossas almas livres.

 

Louca. Essa palavra já não estava mais em minha mente, se aquela dançarina

era louca, eu adoraria provar da loucura. Talvez os loucos sejam aqueles

que se julgam normais.

 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Chama: The Sun - Maroon 5

167409_1632110677266_1071606755_1671176_560815_n_largeEu estava tranqüila, como nunca antes na verdade. Havia estado ali por horas, sentada, não me cansava de reparar no comportamento das pessoas e imaginar padrões entre elas. Manias peculiares, gestos falhos, qualquer coisa em comum.

Preparei-me para acender outro cigarro, foi quando ele apareceu, estranho. Agilmente acendeu o cigarro.

Chama.

Olhei-o sem muito interesse, ele me encarou por alguns segundos. Ficamos em silêncio por outros poucos segundos. Desviei o olhar, traguei o cigarro. Ignorei-o, continuou ali por alguns instantes até desaparecer entre o tempo.

Nada de padrões, nada de palavras. Silêncio.

domingo, 17 de abril de 2011

Outras histórias…

outras historias

Há alguns meses participei de uma ‘brincadeira’ chamada ‘mixtape’, é como se fosse um amigo secreto só que neste caso você monta um ‘álbum’, com músicas, pode ser algo conceitual etc etc etc, você tem que tirar todas as tags das músicas e tudo mais para a pessoa não reconhecer pelo nome e coisa e tal e tal e coisa.

Daí surgiu o ‘Outras histórias’, foi a mixtape que eu fiz. Uma seleção com algumas músicas e histórias escritas por mim inspiradas nessas músicas.

Vou postar cada uma delas com as músicas… Começando pela música que me deu a idéia de fazer o ‘Outras histórias’…

Felicidade

Nunca imaginei que certas coisas conseguiriam me trazer felicidade, sabe? Aquele sentimento de bem estar, aquela sensação de paz, quando seu corpo se aquieta e sua respiração diminui, você quase pode se sentir flutuando!
Quando vou para o trabalho logo penso “mais um dia daqueles, estou cansada disso”, mas eis que num desses dias quando estava no trabalho saí para colocar as caixas na rua, era manhã, conforme me aproximei do poste (onde geralmente deposito as caixas) a luz do sol alcançou minha face e eu fechei os olhos naquele momento, e passei a andar mais devagar, parei por alguns segundos, respirei profundamente e bem nessa hora, além do sol, fui invadida por uma brisa gelada.
E então eu abri os olhos, senti-me feliz por ter tido um momento como esse e, logo depois, lembrei-me de todas as outras vezes que eu fiz essa mesma coisa e não me dei conta de como foi bom.
Talvez essas coisas simples aconteçam pra nos mostrar que a felicidade precisa ser percebida, que não precisa estar em grandes acontecimentos, que nos esquecemos dela às vezes.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tudo aquilo que não mais me pertence.

E agora que tudo se foi?
Minhas palavras…
Aquelas simuladas, falsas emoções, falsos sentimentos.

Quem sou eu agora?
Depois de tantas máscaras… Já não me recordo
O que deveria ser?
O que querem que eu seja?
O que você quer, afinal?

Toma, leva consigo todo esse amor, essa angustia…
Toma,
Toma como seu meu coração embrulhado para presente.

Já não é meu…
É seu!
O controle da vida, dos sentimentos…
O controle de tudo!

Quem deveria ser? Quem sou?

Sou nada, sou fantoche.


(Dezembro de 2010)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vida

Talvez viver atrapalhe as palavras.

Confunde-as, mistura-as lentamente.

Ofusca o sonho, dilui a ilusão.

Talvez viver seja o veneno da realidade, o medo, a perda…

Ainda assim pode alguém garantir que isso seja de todo o mal?

Ou de todo o bem?

Ou o que quer que seja?

Quem pode afirmar que um pesadelo é mesmo ruim?

 

A. France

domingo, 20 de março de 2011

De volta a velhas circunstâncias

Se é melhor assim?

Não sei dizer, mas essa incapacidade, essa mudança toda…

Minha mente se refugia no vazio e eu estou farta de fugir.

Quero minhas palavras de volta.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Saudade

Você promete estar aqui?

Quando você precisar, volto em forma de saudade…

Mas isso não é algo ruim?

Só se você quiser que seja, se você quiser pode ser seu consolo, seu refúgio.

Você pode me dar um abraço agora? Pra eu me lembrar quando a saudade aparecer…

Não sei se devo…

Só um, por favor.

Esse será meu refúgio quando sentir sua falta.

E se você não se lembrar mais dele?

Então eu saberei que eu não te mereci. Porque essa é a minha saudade…

Eu vou estar aqui por você…

Sempre estarei por você. E… se alguém perguntar sobre meu amor, direi apenas uma palavra que resumirá todos os meus sentimentos por você: Saudade.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Enquanto isso…

Enquanto isso uma mente angustiada e pensativa faz e refaz novos planos, guarda carinhosamente, num baú dourado, palavras, frases, orações inteiras… Guarda-as para mais tarde, para a hora de libertá-las e com isso libertar-se a si própria e ao mundo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Mudança

Olhei pelo espelho e não reconheci tudo aquilo que deixei para trás,  tão diferente, tão não-eu.