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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sol

Correu, correu, correu,

Queria abraçar o sol.

Correu, correu, correu,

Caiu do mundo.

Nem sempre é um final feliz,

Mas isso não diminuiu de forma alguma,

A importância desses momentos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Foto do dia: Taraxacum officinale, Dente-de-Leão

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Bastou um sopro para que tudo se dispersasse e fosse levado pelo vento, a partir daquele momento sua vida seria repleta de buscas incansáveis e respostas não definitivas… Diferentes, as diferenças eram absurdas e tudo aquilo que formava um todo separou-se para tomar rumos distintos… Mas estes ainda convergiam de um único ponto, vinham do mesmo lugar e isso os tornava iguais, fazia deles o que eram e o que eram para ser seria apenas mais um detalhe, pífio.

Em cada parte, por mais ínfima que fosse… havia sua essência, isso não poderia ser mudado.

“Eles fazem o que fazem, porque são o que são.” – Abraham Lincoln

 

 

Foto do dia foi uma idéia de um amigo meu há meses atrás, a inspiração veio hoje com essa foto (que eu tirei :p), então aqui estamos com “Foto do dia”, que é um texto inspirado numa foto.).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Coisificação do homem

Ocorreu-me recentemente o quanto ignoramos as pessoas e, a partir deste, surgiram várias problemáticas que se apoderaram dos meus pensamentos.

No ponto de ônibus passavam por mim desconhecidos, mas em algum momento deixei de vê-los dessa forma e criei, para casa um, histórias, vidas inteiras, em questão de segundos todos aqueles estranhos tornaram-se pessoas.

Acredito que talvez estejamos condicionados a ver as pessoas como vemos objetos, não depositando nelas expectativas, sentimentos, ignorando o fato de terem, assim como nós, família, trabalho, etc.

Essa impessoalidade me incomoda, nos prende à uma zona de conforto onde nos relacionamos de forma superficial e mecânica como se os exteriores fossem coisas e não seres humanos…

Não cabe a mim criticar o sistema, muito menos culpar este ou aquele pelo que passei a chamar de ‘coisificação do homem’, julgo cômodo demais ignorar quaisquer características no próximo, trata-lo como algo sem importância, deste modo fica mais fácil levar a vida, viver a rotina e o fardo de saber que há pessoas com problemas maiores que os seus passa a ser mais leve, quase deixa de existir.

Obviamente algo que chamou a atenção naquele dia… Uma coisa, e por coisa entenda uma pessoa, extrema, fora do padrão, em outras palavras: uma coisa estereotipada. Um senhor maltrapilho, veio em minha direção falando sozinho, cambaleando com uma garrafa em mãos.

“Um bêbado”, você logo imagina… É isso que se deve evitar, coisificação… Comecei a imaginar sua história, seus motivos, problemas, a partir disso ele deixou de ser uma coisa e se transformou em uma pessoa.

É preciso enxergar aquele ‘bêbado’ além desse rótulo, parar de julgar e simplesmente classificar e sistematizar desconhecidos. Se você olhar ao seu redor notará diversas pessoas cheias de peculiaridades sendo negligenciadas e vistas como coisas.

Se eu lhe desafiar a personificar uma coisa… Você seria capaz de transformar um estranho numa pessoa com sentimentos, opiniões e uma história, assim como você?

É um bom desafio.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sentido.

Quando não me restarem motivos pra sorrir vou lembrar de sorrisos de outrora…

Um novo surgirá só pelo fato de ninguém ter tido todas as felicidades que eu tive.

O que é esperado…

E se você diz que está tudo bem, está tudo bem?

Gostar de alguém é difícil… meus pés tentam se manter no chão, mas não conseguem, me sinto leve, livre.

Felicidade define? Talvez. Minto… Sim! Sinto-me feliz, sinto-me diferente, transformada, há aquela vontade de voltar, mas essa é facilmente vencida pela vontade de continuar, de prosseguir, buscar algo… buscar algo ao seu lado, por mais que isso me negue e me tire o que eu acreditei por tanto tempo.

Se me importa? Importa, mas antes disso… antes disso vem a sua pessoa, todas as horas que passo pensando em você e no que costumo chamar de nós, isso me importa mais, isso me vale, vale qualquer sentimento de insegurança.

Basta? Basta.

Vale? Vale.

É  suficiente? Definitivamente não.

Não pode ser suficiente uma vez que nunca é o bastante, nunca é demais, nunca vai sobrar, muito pelo contrário…

Tudo aquilo que for muito… sempre vai acabar sendo pouco.

E do pouco sobrevivo… esperando o muito, que nunca será, mas sendo… o é.

domingo, 2 de outubro de 2011

Infinito

Infinito, será que poderia chamar assim? Tudo o que gostaria de dizer e talvez devesse, tenho muito a dizer, mas as palavras recusam-se a se ordenarem em orações.

É finito, sem dúvida, cada começo é um fim em si. Uma transformação, duas, três… Inúmeras, todas as possíveis.

É finito, mas não parece um fim, parece com nada. Não tem definição.

Todo dia um fim, um término. Um ponto final, dois ou três, reticências… O dia de amanhã será um novo começo, a transformação do hoje e assim por diante.

No fim… Acho possível chamar de infinito, assume um disfarce, menos assombroso do que aquela premissa de que ele, ao ser infinito, perdura imutável.

Ah! O sabor da mudança… Doce e amargo, assim como deve ser!