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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A volta da perturbação.

O motivo do meu descontento?

Toda essa rotina, toda essa coisa projetada para nós.

Não aguento, não suporto essa necessidade de seguir o mesmo caminho,

seguir nos trilhos, seguir à risca.

Seguir, seguir, seguir, nunca criar, reinventar.

Meu descontento grita dentro de mim,

se faz presente, contesta o convívio.

Quer distância de pessoas, doutrinas e regras,

Toma, fique com tudo isso, vou ser livre…

Não me espere.

Não pretendo voltar.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sem título.

E a culpa, de quem é? Não é minha, isso lhe asseguro, na verdade... Estou quase certa de que a culpa é desse silêncio que se estabeleceu e custa a nos deixar. Como posso ir assim? Sem palavras, sem uma despedida que seja? Não posso, só por este motivo me recusei a partir até agora.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Momento.

"Bastou uma troca de olhares, dançamos no silêncio daquela noite. A única coisa que nos restava, uma última dança por tudo que havia se perdido"

 

A. France

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Despedida

Uma etapa vencida, um capítulo deixado para trás. Hoje levo comigo inúmeras lembranças, mas acima disso eu levo em minha bagagem pessoas, palavras e experiências.

É estranho que tudo tenha acabado sem eu nem me dar conta disso, certo, pode parecer drama, talvez seja, mas eu realmente vou sentir saudades de acordar todas as manhãs reclamando de ter que ir pra aula, de chegar no colégio com cara de sono reclamando da vida, rir por qualquer coisa boba que meus amigos dissessem pra me deixar de bom humor, do meu esforço para prestar o máximo de atenção nas aulas, minha ansiedade pra assistir certas aulas.

Foram treze anos estudando no Puríssimo, risadas, lágrimas, acidentes, despedidas, se aprendi algo com tudo isso? Eu aprendi a ser quem sou, aprendi que nem sempre pode-se fugir daquilo que te espera, aprendi muita coisa.

Aos meus inúmeros colegas de classe, não deixem que as pessoas digam que vocês não pode ser isso ou aquilo ou que vocês não conseguem, vocês podem tudo o que vocês quiserem… Como disse Fernando Pessoa uma certa vez: “O homem é do tamanho do seu sonho”.

Aos meus professores digo que é difícil me separar de alguns, é difícil não ter tido tanto contato com outros, mas que entendo que ainda há muito pela frente e que outros virão… E espero que eles continuem contribuindo de alguma forma na formação de consciências como contribuíram para a minha.

A partida é difícil,  mas é necessária. Levo comigo tudo que me foi ensinado, mesmo aqueles conceitos extremamente abstratos de Física que eu mal pude entender por diversas ocasiões.

É com pesar que me despeço de vocês professores, amigos, funcionários. Obrigada por tudo, tudo o que foi dito e feito. Que o aperto que eu sinto no peito por causa da despedida passe com o tempo, novas descobertas e novos caminhos.

Muito obrigada por tudo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Meio

Te ter aqui, não te ter aqui… Já não importa, nunca importou.

Seu fantasma continua aqui, sempre ao meu lado.

Um suspiro, angustia.

Por que você não vai embora de uma vez?

Enquanto eu fechar meus olhos, respirar fundo…

Quando eu tornar a abrí-los…

É o tempo que eu te dou para partir, nada mais, nada menos.

O suficiente.

domingo, 21 de novembro de 2010

Meio e fim.

Uns textos inocentes, palavras colocadas no papel sem preocupação, preciso de mais, essa inocência na escrita não me satisfaz, não me tranqüiliza.

Quero escrever, hipnotizar e seduzir o leitor com estruturas bem construídas e sem traço algum de inocência.

Preciso que minha escrita cresça, se mostre e prove que merece ser lida.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Confiança

Não vou deixar de lutar com as minhas palavras, espero que você não se deixe enganar e não deixe de lutar também.

Eu confio em você, meu querido, sei que vai lutar até o fim.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Impossível ser feliz sozinho?

Com mais de seis bilhões de pessoas, indivíduos capazes de se relacionar, amar e sentir… Como pode o mundo sofrer de solidão?

Sentir-se só não precisa, necessariamente, estar ligado ao “estar sozinho”, sem família, amigos ou companheiros. Não, a pior solidão é aquela que vem acompanhada, aquela que gera em nós diversos questionamentos interiores… “Por que tão sozinho?”

As respostas não são poucas, assim como não são poucas as causas dessa solidão. Seja qual for, ainda há um outro questionamento a ser feito… “A solidão é, de fato, o mal do século XXI?”.

Pelo sim e pelo não, as pessoas estão sozinhas. O mundo passa por uma grande mudança nas relações interpessoais, que se tornam cada vez mais impessoais.

A impressão que isso passa é que as pessoas, cansadas de lidar com perdas e decepções, estão assumindo uma postura de distância umas das outras para evitar eventuais sofrimentos.

Esse receio de se relacionar; essa solidão, gera inúmeros problemas sociais, pessoas inseguras, pessoas doentes, mas há também um outro lado, em alguns casos, a ausência de relacionamentos fixos gera a felicidade.

Há pessoas sozinhas que, muitas vezes, se encontram mais felizes do que quando estavam acompanhadas e isso ocorre pela ausência da obrigação de atender às expectativas e imposições alheias.

O fato de existirem pessoas sozinhas e felizes provavelmente sirva para mostrar que a solidão talvez não seja o mal do século XXI e sirva também para contrariar os versos de Tom Jobim.

Talvez não seja tão impossível ser feliz sozinho.

 

29 de Setembro de 2010 – Camilla de Oliveira

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Negligência

Negligenciar fatos já não é mais uma opção válida,

erros, perdas, frustrações,

Não há mais tempo para isso.

Tudo deve ser, escute me com atenção,

Tudo deve ser minunciosamente analisado,

pontos e aspectos importantes,

sem sentimentos em demasia,

Pensei com a sua razão, deixe-se guiar por ela

Só ela poderá evitar negligências e equívocos.

Todos os fatos devem ser minunciosamente analisados,

Negligenciar fatos não é uma opção a ser considerada.

 

A. France

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ensanchas

A ferida escondida sobre as ensanchas do meu coração já não sangra mais, não se manifesta, não questiona, calada consente.

Memórias longínquas de um tempo em que talvez as coisas parecessem melhores, em que na minha idéia vivia um sentimento otimista de que tudo era tudo.

Hoje tudo é nada, tudo é tão ínfimo, tão doloroso, tão pequeno, insignificante.

Serei eu mesma, esta, confusa, que escreve palavras.

Serei esta, errada, presa ao nada, serei minha ferida, serei minhas ensanchas, serei amor.

Serei, por fim, nada.

 

A. France

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Conflito.

Sinto ter que escrever isso, mas entenda, já não cabe dentro de mim, as palavras querem ser escritas e, por mais que eu deteste essa ideia, não posso afrontá-la por muito tempo.

Estou devastada, sinto algo, e sinto muito por isso. Sinto coisas que deixei de acreditar, não quero a crença do amor de volta, não quero a ilusão de volta.

Talvez eu só queira um pouco de paz, sua ausência.

O que faço? Não suporto sua ausência e já não te quero mais aqui.

Conflito.

Gostaria de poder abrir a janela e jogar todos esses sentimentos, todo esse apreço, todas essas sensações por ela, e deixa-las voar, deixa-las ir, deixa-las achar alguém que as queira.

Me pergunto, quem em sã consciencia gostaria de tê-las? Quem em sã consciência gostaria de amar como amo?

Na verdade, não amo, ou melhor, amo, amo sim, amo e amo muito. Um amor não amor, um amor de passagem, uma ilusão. O que há de errado nisso? Não há nada de errado.

Não há nada de errado em inventar histórias até que você acredite nelas e passe a viver pensando que são reais.

Conflito.

O que fazer se não suporto sua ausência, se tão pouco me interessa sua presença?

Egoísmo

Entenda, não posso escrever,

minhas palavras estão enfermas, devastadas.

Elas querem sair, querem dizer como vão as coisas,

mas a cada tentativa de fuga…

Seguro com força a caneta antes que essa atinja o papel,

dando espaço para uma eventual fuga de palavras.

Quero escrever, não posso.

Já não me resta muito, não quero dividi-las com ninguém.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Canção Para Álbum De Moça

Bom dia: eu dizia à moça
que de longe me sorria.
Bom dia: mas da distância
ela nem me respondia.
Em vão a fala dos olhos
e dos braços repetia
bom-dia a moça que estava
de noite como de dia
bem longe de meu poder
e de meu pobre bom-dia.

Bom-dia sempre: se acaso
a resposta vier fria ou tarde vier,
contudo esperarei o bom-dia.
E sobre casas compactas
sobre o vale e a serrania
irei repetindo manso
a qualquer hora: bom dia.
Nem a moça põe reparo
não sente, não desconfia
o que há de carinho preso
no cerne deste bom-dia.

Bom dia: repito à tarde
à meia-noite: bom dia.
E de madrugada vou
pintando a cor de meu dia
que a moça possa encontrá-lo
azul e rosa: bom dia.

Bom dia: apenas um eco na mata
(mas quem diria)
decifra minha mensagem,
deseja bom o meu dia.
A moça, sorrindo ao longe
não sente, nessa alegria,
o que há de rude também
no clarão deste bom-dia.
De triste, túrbido, inquieto,
noite que se denuncia
e vai errante, sem fogos,
na mais louca nostalgia.
Ah, se um dia respondesses
Ao meu bom-dia: bom dia!
Como a noite se mudara
no mais cristalino dia!

 

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Morte

Sinto muito, meu caro,

todos os seus esforços foram em vão…

Todas aquelas tentativas e buscas,

não valem, hoje, o chão que você pisa.

E, por mais que você acredite estar certo,

você está enganado!

Meu caro, todos aqueles que valem alguma coisa

já estão mortos há muito tempo.

 

A. France

sábado, 2 de outubro de 2010

Sem título.

Meu caro, não se engane, todos aqueles que valem alguma coisa já estão mortos há muito tempo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Parabéns…

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Parabéns pro Gosh! que hoje comemora 2 anos.

Sinto falta de quando era “Morango com Framboesa”, mas tanta coisa mudou!

E, sinceramente? As coisas são bem melhores hoje em dia ( :

Agradeço por esses dois anos maravilhosos.

Obrigada.

sábado, 25 de setembro de 2010

Repetição

Não criar expectativas,

Não esperar, não acreditar.

Não deposite nada em mim,

Não quero ser alvo de equívocos e frustrações.

 

Não há nada a ser feito.

Não há o que evitar,

Não deposite nada em mim,

Não posso carregar uma culpa que não é minha.

 

Sinto muito.

Sinto muito.

Sinto por decepcionar.

Desacreditar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sobre política.

Não falarei da discrepância na corrupção política, não vou perder meu tempo falando sobre o que todos sabem e fingem não saber. O desapontamento é gigante, enorme, mas nada posso fazer por um povo que é enganado há mais de séculos.

Sim, Brasileiro, você é enganado há séculos, mas que há de errado, não é? Você se deixa enganar, você parece até gostar disso.

Hipocrisia a sua, Brasileiro, hipocrisia reclamar de algo que você consente.

Brasileiro, desejo que, enquanto você se deixar levar por falsas promessas, pela esperança de melhoras repentinas de vida você continue no buraco em que está, é o que você merece.

E… sinceramente? Espero que as coisas piorem para você caso Dilma Rousseff seja eleita. E tomara que ela seja a mãe dos pobres mesmo, Brasileiro tolo, se quer uma mãe guerrilheira, uma mãe despreparada, uma mãe controlada por um e-sindicalista que parece ter esquecido todo o seu passado, que tenha! Tenha-a e goze do que ela lhe dará, desgosto.

Não, não sei nem de longe o que é pobreza, o que é miséria, não sei, pretendo não saber. Mas lhe garanto, Brasileiro, sua situação só irá piorar.

Bem feito! Bem feito!

Se você apoia essa nova política,  a qual denomino Ditadura do Populismo, pois bem, junte-se ao povo, junte-se ao pó, à miséria, às migalhas, é o que você merece.

Não reclame depois, Brasileiro, pois você consentiu, você apoiou a manipulação popular, você fechou os olhos aos sinais de perigo.

Não vou falar sobre deméritos de candidatos, nem de deméritos do atual presidente, nem dos anteriores, mas que você, Brasileiro, saiba que o que está feito está feito, não há volta.

E assim será… A ignorância não imposta, a ignorância consentida.

Brasileiro, você se deixa enganar, pena. Você merece o governo que tem, Brasileiro.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Preço

Felicidade, não tem preço.

Preço tem felicidade…

Que é que tem?

Não tem.

Felicidade, não tem preço.

Preço de felicidade,

apreço.

 

A. France

Sobre homens e livros – pobres erros.

Homens que escrevem livros,

há nestes versos uma história a contar,

a história da pequena criatura que não sabia que podia amar.

Tenho que pedir perdão pelas rimas, pobres.

Devo pedir perdão por erros que não cometi também,

até mesmo aqueles que hei de cometer,

pobres erros que não vieram,

pobre de mim, que não aprenderei com eles.

Todos uns pobres amargurados pela falta do erro.

Homens que escrevem livros,

sei que nestes versos não há muito,

acredito que não seja pouco também.

É o suficiente. Basta.

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma canção inédita – Chico Buarque

Dentro do seu coração
Guarde esta canção inédita
Que num cantinho intocado
Será pra sempre inédita
Pode tudo consumir
O tempo que passa feroz
Mas esta valsa há de deixar pra nós

Fiz uma canção discreta
Só para você
Ninguém pode saber da letra
Que você lê

A música você desfruta
Os ouvintes não
Penetra a orelha e sai por outra
Cada refrão

Se outro amor surgir um dia, a valsa perde o ar
Definha
Mas se você descabeladamente me esperar
Sozinha no breu
Pé ante pé
Abra aos poucos o coração
E deixe
Ecoar nossa canção
E feche

Venha ouvir a valsa oca
Em primeira mão
Que a luva distraída toca
No violão

O público não acredita
Crítico não crê
Na inédita canção escrita
Só pra você

Se você beijar um outro, pode se partir
A valsa
Mas se roendo-as-unhasmente me quiser ouvir
Descalça no breu
Pé ante pé
Abra o peito bem devagar
E deixe
Sete notas a vibrar
E feche

Guarde numa caixa preta
A tímida canção
No fundo falso da gaveta
Do coração

É valsa pra se ouvir por dentro
Pra se ouvir a sós
Pra não se dissipar ao vento
Com minha voz

Com minha voz

Com minha voz

Com minha voz

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Motivos

Escrevo-lhe para informar que minhas palavras já não lhe pertencem mais e meus pensamentos se encontram em outro lugar, talvez o nome disso seja renuncia, talvez não haja um nome. Não sei.

Gostaria de explicar-lhe os motivos, não posso, mas asseguro-lhe que estes não são muitos e não são tão complexos quanto você possa imaginar.

Não há nada a ser explicado, é simples, entenda, resumo tudo dito anteriormente numa palavra, apenas uma palavra simples e sem maiores significados.

Acabou.

Querido, entenda, todos os motivos que me levaram a nutrir sentimentos por você ainda estão presentes, mas é necessário deixar as coisas fluírem, é necessário lhe deixar num passado recente.

É tempo de mudança, não o levarei comigo.

 

A. France

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Chuva

Acho que a chuva te levou de mim, junto com todos aqueles sentimentos e todas aquelas sensações.
Não estou devastada como achei que estaria, pelo contrário…
Sinto um sorriso surgir com a chuva.
Felicidade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Reciprocidade

Não sou mais aquela garotinha que buscava nas palavras uma maneira de registrar suas decepções, seus desapontamentos.

Não escrevo para mim, escrevo para os outros.

Vivo dos meus personagens, vivo dos seus conflitos.

Estou cansada.

O mais perigoso de interpretar é se perder.

Estou perdida.

Por muito tempo acreditei que estava certa de muitas coisas, hoje minhas certezas encontram-se ao vento, largadas.

É como se você acreditasse piamente que o céu é azul e então você acorda e ele está verde ou vermelho.

Você não vê? Você deveria estar cansado de simular também, você devia se interpretar por algum tempo.

Mas as pessoas nunca param de interpretar, não é mesmo?

Deixemos essa reciprocidade de lado, não espero mais nada de verdadeiro.

Começo a considerar viver de fantasia, viver de personagens.

Uma verdade totalmente inventada por mim, liberdade.

domingo, 5 de setembro de 2010

Transcrição Sentimental

Quando o doce amor que arde sem doer

Apertar no meu peito

Haverá palavras para falar de amor.

Quando você me sorrir com carinho

E porções de palavras dominarem minha mente

Saberei como descrever o que é amor.

O amor é, foi e será,

Passado, presente e futuro.

Amar é transformar as sensações imutáveis

Em palavras reunidas em prosa, poesia e música.

Amar é saber que em meio às dificuldades,

Haverá palavras de consolo, você e quem sabe um abraço.

Amar é saber que te amo,

Saber que mesmo você estando ou não ao meu lado,

Sempre estarei com você.

Saber que qualquer palavra sua me fará tremer, extasiada.

Amar é te querer, te esperar,

Ansiar por qualquer reação sua, qualquer sorriso, qualquer reclamação.

Quando o fogo que arde sem se ver

Queimar a paixão e revelar o amor,

Saberei como transcrever em palavras meu amor por você.

“Ainda que eu falasse a língua dos homens, e dos anjos, eu nada seria sem o amor.”

 

 

Camilla de Oliveira – 1º de Outrubro de 2009

sábado, 4 de setembro de 2010

O último dia de um poeta

Só em mim, ilusões e esperanças que me caíram uma vez, não me renasceram mais, e eu fiquei, como tronco árido e seco, chorando o que fui, chorando o que sou, chorando o que hei de ser.
Mas o que dói é esta alegria universal, esta placidez com que a natureza vem assistir à
minha morte, garrida e alegre como se fora um espetáculo. Ó mãe cruel, que não honras a morte de teus filhos com uma lágrima de dor e um suspiro de mágoa... Parece que te apraz criá-los para matá-los, produzi-los com uma ilusão, absorvê-los com um
desengano, verdadeira condenação dos que não aguardavam esse desengano e
acreditaram nessa ilusão...
Também eu te mereci esta ironia? também. Que outro absorveu mais essa ilusão do que eu? Que outro sorriu mais à idéia do desengano do que eu? Tens direito, ó natureza, a vestires hoje as tuas melhores galas para assistir, não a morte da alma, essa já morreu, mas a do corpo, que se vai finar miseravelmente como um inseto pisado pela dama distraída!

 

Trecho do conto “O último dia de um poeta” de Machado de Assis

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

30 de Agosto de 2010

Querido estranho,
Escrevo-lhe, pois sei que amanhã será um dia perdido. Mais um na lista de perdas.
Confesso, isso me alarma, é como se estivesse deixando minha vida esvair-se pelos dedos. E, por mais que as pessoas digam que sou jovem, sinto falta dos dias perdidos, como se eles fossem os últimos.
Sinto sono, mas não consigo dormir, as constantes perturbações, as quais dei, gentilmente, o nome de pensamentos, não me deixam em paz.
Admito, a culpa é minha.
Se não fosse tão teimosa já teria deixado de lado uma porção de coisas que me deixam perturbada. Não consigo, sou fraca.
Às coisas pelas quais me pergunto, me parecem longe de uma resposta. Respostas, não entendo essa necessidade de respostas, não entendo a necessidade de um ponto final.
Talvez eu não queira um ponto final. Talvez tudo o que eu queira sejam reticências.
Reticências, sim! Um fim sem aparência de fim, um despropósito propositado.
Reticências... Insira aqui toda a sua imaginação para aquilo que fica, ou não, pressuposto, para as possibilidades, para um fim inacabado. Não há necessidade de palavras, só... Reticências.
É estranho não é? Como existem palavras absurdamente detestáveis. Como as pessoas conseguem suportá-las? Dei-me conta de que as palavras também se mascaram, hora otimistas, hora pessimistas, palavras fajutas essas!
De todas elas a mais detestável é, sem dúvida alguma, “esperar”. Não, não detesto essa palavra pelo significado de ‘esperar tempo’, detesto quando pessoas a usam para dizer que esperam que algo aconteça como se fosse um desejo “espero que dê tudo certo”, sempre acharam que essa fosse a palavra mais pessimista do mundo! Se você espera que algo aconteça é porque já não tem muitas esperanças de que ela vá mesmo acontecer.
Saindo um pouco das minhas teorias sobre palavras...
Você reparou como andam os dias? Rápidos, alucinados, impessoais.
Ah! Querido estranho, as coisas infelizmente nunca serão como eram pra ser. Hoje ouvi o barulho da chuva tocando o chão. Um engano, uma ilusão.
Você já experimentou o barulho da chuva? Se não, deveria! É uma daquelas pequenas coisas que fazem bem à alma.
Infelizmente a chuva está longe, tão longe quanto as minhas ilusões.
Não consigo evitar de soltar um longo suspiro ao lembrar de todas elas, talvez esse seja um dos problemas que causam a minha incapacidade de fechar os olhos e dormir no momento. Paciência. Insônia.
Daqui três horas meu dia começa, querido estranho. Um dia perdido!
É estranho não é? Todas essas mudanças internas as quais somos submetidos.
Ontem foi domingo, amanhã será terça-feira, o que sou hoje? O que eu deveria ser?
Reticências...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dando um tempo…

Passei um tempo longe daqui, longe das palavras, foi ótimo pra manter minha sanidade.

Não durou muito, me sinto insana, me sinto cansada e perturbada, ok, não vim falar disso…

Estive lendo posts antigos, comentários antigos, mudei tanto! Acho que cresci, ou o mundo cresceu, ou me tornei mais A., não sei. Minha vontade era apagar todos os posts antigos que não tem nada a ver comigo, aqueles em que eu falo de músicas, sites, livros, deixar só meus textos aqui.

Não o farei, eles continuarão aqui como símbolo do passado, páginas viradas, superações.

Estou de volta, tenho um texto para postar, amanhã é o dia, amanhã postarei.

Simpático, isso define bem o que ele é.

É só.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Proibição

Te proíbo de se arrepender,
te proíbo de qualquer coisa
que possa fazer você questionar uma decisão tomada.

Não, não hesite,
não há motivos para isso,
e, mesmo que houvesse, agora nada mais há a ser feito.

Não ouse pensar nisso,
nem quando eu estiver longe,
eu te proíbo.

E, quando olhar para o nada,
num momento vazio,
proibo que em seu olhar exista um resquicio sequer de arrependimento.

domingo, 1 de agosto de 2010

Descrição

Com o tempo você aprende que defini-lo é algo tão difícil quanto consegui-lo.
Ele é calmo, tranquilo, mas ao mesmo tempo... cheio de raiva, fúria. Uma total antítese. É, sem dúvida, uma oposição à sua própria existência. Porque ele, o nada, se torna, muitas vezes, mais do que muito.

sábado, 31 de julho de 2010

Ponto final.

Havia uma estrela no céu,
duas, três, quatro. Havia uma infinidade de estrelas.
Ao mesmo tempo que presenciava aquela imagem,
despi-me de todas as minhas ilusões.
Despi-me de desejos, sentimentos e emoções.
Deixei tudo para trás, deixei você.
Havia uma estrela no céu,
solitária, assim como eu, despida de sonhos e anseios.
Lhe sorri, o sorriso foi retríbuido.
Havia uma estrela no céu.

A fuga nºII

Tentei agarrá-las com força, não adiantou.

Talvez eu fosse mesmo fraca, talvez elas não fossem algo que eu devia desejar.

Não desisti. Reuni num ato quase heróico todas as minhas forças e corri atrás delas. Não adiantou.

Parei. Fiquei em silêncio por longos instantes, não havia perspectiva alguma.

“Tudo bem”, repeti diversas vezes. Não estava tudo bem, mas minhas lástimas não me serviriam de nada no momento.

Continuei buscando-as, nada adiantou.

“Porque foges de mim?”

Sem título.

As luzes se apagaram.

Olhei em volta tentando observar algo familiar, foi quando eu percebi, não havia nada.

Estava tudo tão escuro, como nunca antes havia estado. Pela primeira vez em anos não fiquei apavorada. Foi como me sentir segura, me senti bem naquele escuro.

Eu não quis fechar os olhos.

Mesmo naquela escuridão as coisas estavam tão claras para mim. Comecei a ter certeza das coisas. Descobri o que precisava ser feito.

Naquele escuro palavras foram ditas e histórias foram contadas. Estava tudo resolvido, todos os problemas, todas as soluções estavam lá esperando por mim.

Não adiantou, minha teimosia não me permitiu tocar em nenhuma das resoluções.

Não quero mais atalhos.

Camilla de Oliveira

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Atraso

Esse foi um dia diferente, não foi?
Não houve sol que fizesse as coisas ficarem coloridas.
Foi a impressão que eu tive, na verdade,
Nada vi, ou ouvi
Estive presa nos meus pensamentos
Me desculpe pelo atraso, não foi a intenção.
Fiquei imersa nas nuvens lá fora,
Nada vi, ou ouvi
Não havia nada, mas aquele nada foi cheio de tudo!
Me desculpe pelo atraso, ele não se repetirá.

domingo, 25 de julho de 2010

Tolices

Na verdade a subjetividade é algo pertinente. Sinceramente, não sei o que haveria de ser sem ela. Seríamos robôs? Sem emoções, sentimentos, sem todas as coisas abstratas que nos cercam?

Eu detestaria viver num mundo assim.

Por mais que eu ache que toda essa emoção barata já está fora de moda... Nada seria de mim sem ela. Reconheço, por mais difícil que seja, que mesmo cansada de sentir, não renuncio.

A todos aqueles que amam sem medo, meus parabéns. Vocês são os mais verdadeiros e mais magníficos que vivem nesse mundo.

A todos aqueles que são como eu e tem medo, bem, desejo-lhes sorte para enfrentar o caminho tortuoso que tem pela frente. Será difícil, mas devo dizer... Não impossível.

Se me fosse permitido aconselhar, diria: “Nada é irremediável, então... não lhe custa tentar. Se arrisque se preciso, se expresse, ame, sofra, viva.Permita-se”. E se o arrependimento bater... É inevitável, mas finito, uma hora ele há de ceder e ir embora.

Nada é para sempre, nada é eterno. Dou graças a isso também, pois nada seria do mundo se as coisas não se renovassem. A mesmice é uma besteira, a mudança uma tolice.

Fico no meio termo.

 

A.France

sábado, 24 de julho de 2010

Tempo

Sinto vontade de aprisionar o tempo, cada segundo, cada minuto.
Eu, que sempre estive aflita. Eu que sempre fiz questão que ele voasse como os pássaros voam lá fora.
Hoje, cada vez que o tempo avança, cada vez que eu não percebo o avanço…
É como se tudo me levasse para longe… Longe da vontade, longe da sensação de conforto.
Tempo, te quero, te quero arrastado, novamente.
Tudo o que eu gostaria no momento, é que o tempo estivesse se arrastando como um prisioneiro.
Meu prisioneiro.
Tempo, quero-te preso. Quero-te amarrado nas doces amarras da saudade, nas amargas correntes do desespero, nas angustiantes horas de tédio.
Te quero aqui, te quero pra mim.
Tempo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Que notícias me dão dos amigos?

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Só tenho a agradecer, pois, diante de todos os desencontros, todas as despedidas, partidas, lástimas, diante de tudo, todos, encontrei você.

Amigo, não tenho palavras para dirigir a você, todas me parecem pequenas demais. Mesmo palavras como amor, deixam de assumir uma forma grandiosa.

Querido amigo, só tenho a agradecer, pelas horas de apoio, pelas histórias compartilhadas. Sem você eu nada seria. Sem você tudo deixaria de ser tudo, tudo seria nada.

Amigo. Quantas horas não passamos tentando entender tudo o que nos unia, e une, e continuará unindo. Nada de significados, com você ao meu lado, não preciso deles.

Querido amigo, você que mesmo em períodos de ausência esteve presente, você que mesmo quando triste sorriu, só tenho a agradecer. Obrigada pela dedicação.

Amigo, meu querido. Você que por vezes foi minha família, foi tudo o que eu precisei, não há como demonstrar minha gratidão, nem por palavras, nem por ações. Nem ao menos o silêncio, um olhar.

Amigo, feliz dia do amigo, estarei aqui por você, não só hoje, não só amanhã. Estarei aqui, por você, sempre. E mesmo que em tempos de afastamento, em tempos de brigas, desentendimentos. Saiba amigo, eu estarei aqui.

 

Dedico este pequeno momento a vocês, você Catrine Moura, você Letícia Ferreira, você Mayara Moura, você Carolina Sciamana, você Bárbara Carvalho, você Raphael Jutkoski, você Felipe Altarugio, você Cristiano Rubini, você Rafael Mendes, você Yan Rodrigues, você Jimmy Cavalcanti.

domingo, 18 de julho de 2010

José.

JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?

domingo, 11 de julho de 2010

Momento.

4553979401_df03e11523_large[1] Uma carta foi tudo o que deixei.

Naquela noite as coisas estavam completamente diferentes e diante de todos aqueles últimos atos, falhos, não me restou alternativa se não dizer…

Adeus.

Peguei as poucas coisas que me pertenciam, deixei-as na porta de entrada. Dirigi-me a cama, onde ele dormia tranquilamente, ajoelhei-me ao seu lado. Observei-o por alguns intantes. Silêncio.

Beijei-lhe a testa.

Adeus.

Fui até a entrada do que, dias antes, eu considerava meu lar, hesitei. Uma lágrima teimou, uma lágrima molhou minha face esquerda. “Essa é a última coisa que você terá de mim.” proferi silenciosamente.

E lá estava eu, uma nova eu. Peguei minhas coisas e sai.

Deixei a carta na cabeceira. “Espero que ele encontre”, pensei.

A partir daquele momento, todas as preocupações tomaram rumos diferentes, rumos distantes. Daquele momento em diante só me restariam incertezas que eu procuraria trasformar em certezas.

Caminhei até aquele lugar, aquele mesmo lugar onde anos antes nos conhecemos. Foi como se eu voltasse no tempo, como se fosse novamente aquela tarde de outono onde as folhas caiam no chão.

Um novo recomeço, uma nova perspectiva.

Adeus.

 

Camilla de Oliveira – 11 de Julho de 2010

Comunicado.

Venho por meio deste comunicar algumas mudanças aqui no blog.
Tem certas coisas que estão me deixando meio transtornada, e eu sinto muito em tomar uma atitude como essa, mas não me resta escolha, antes minha sanidade que qualquer outra coisa.
Não vou citar nomes, mas eu detesto quando não entendem meus textos, ainda mais quando tomam as dores deles pensando que são minhas dores. Não chegam nem perto das minhas dores!
Na verdade são dores ficticias, não passam, muitas vezes, de fingimento! O escritor escreve uma dor que não é dele! Entendam isso por favor.
Bloqueei os comentários, não quero comentários, e não, eu não vou comentar no blog de ninguém, porque comentários não são 'moeda de troca', vou comentar em blogs que eu acho que deva comentar, em assuntos que me interessam...
A primeira atitude foi bloquear os comentários, depois disso se continuar vou tornar o blog privado pra só que eu quiser poder ler.
Sem mais. Grata.
Camilla.


E enquanto eu ainda to revoltada aqui, dêem uma visitada no blog da Nady, Laune, ela tá querendo fazer uma tatuagem e precisa de ideias, mandem sites e tudo mais, é isso aí. Sou fã do Laune (y)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ninguém, sou eu.

Sinto como se eu estivesse no meio de uma tempestade,
a água da chuva molha minha face,
meus olhos cansados enchem-se de lágrimas.
Se eu ao menos soubesse para onde ir,
Se ao menos houvesse uma saída.
E tudo me cerca, tudo me empurra diretamente para o olho de um furacão.
Um furacão de palavras e sentimentos que eu não consigo decifrar,
Eu já não enchergo as palavras,
não as vejo com tanta nitidez,
esse é o meu pior castigo, não saber onde achar aquilo que me constrói.
Me torno alguém que não sou,
alguem mudo, sem voz, sem palavras.
Alguém sem palavras não é ninguém.
Eu não sou ninguém e ninguém sou eu.
Me resta algo?
Nada.
Não me resta nada.

Camilla de Oliveira - Dezoito de Novembro de 2009

terça-feira, 6 de julho de 2010

A recusa de significados

O que tornas as coisas significativas?
Sentimentos.
Entendo, então muito obrigada. Não quero significados.
Estou farta de sentimentos. Cansada de ilusões.
Por fim… estou perdidamente atraída na afirmação de que ser insensível é não ter sentimentos.
Ser insensível é apenas uma parte do processo.
Estou muito bem com isso, obrigada.

A. France

Vozes da cidade

tumblr_l54kojDSnd1qbfuduo1_400_large A noite tomou conta do dia e, com ela… a desertificação acompanhou a doce ilusão.
Ah!, a cidade! Não mais a reconheço como antes, mas sei que ela ainda tenta me dizer algo.
O barulho do vento se intensifica quando choca com os prédios, carros ao longe. Passos.
Vozes da cidade.
O som se intensifica, o que quer dizer? Fúria, som. Ouço vozes.
Vou longe, ando por essa cidade, descalça, sem nada comigo além da roupa do corpo e alguns, poucos, sonhos. A cidade quer me dizer algo. Não há como ignorar, fala mais, fala mais alto!
Meus passos ganham forma mais determinada, sigo meu caminho mais rápido, não tenho muito tempo a perder.
E quanto a proximidade… entre mim e esta querida cidade, bem! Ela me pertence e da mesma forma suas vozes. Minhas vozes, minha cidade.
Vozes da cidade, querem me dizer algo…

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Orgulhosa, teimosa, estupidamente sentimental

Considero a auto-descrição uma das coisas mais difíceis que existe, no entanto, ao transcrever-se em palavras você passa a ser livre para cometer qualquer ato de insanidade, insanidades saudáveis (ou no meu caso, não).
Algo que gosto sempre de dizer é: “Não me queixo”. Talvez essa seja apenas mais uma mentira que eu gosto de murmurar em horas de arrependimento. No fundo eu acredito que em tudo há um porquê de ser, incluindo aqueles nossos erros que preferimos esquecer.
Não me queixo.
Sou atormentada frequentemente pela minha inconstância, coisa que tento remediar com altas doses de precaução. Pensar demais e fazer de menos, esse é o papel que por muitas vezes eu realizei, estou farta.
Minha fuga? Temperamento. É ele que me faz cometer os erros que eu preciso cometer, mas não me permito. O temperamento é o antídoto quando meu remédio se torna meu veneno.
Impulsividade, é o nome do outro antídoto. Tomar atitudes sem nem antes pensar sobre elas não acontece todo dia, mas, geralmente, quando acontece…  As consequências não são poucas. Ainda preciso aprender a lidar com elas. Não é fácil.
O orgulho?
Meu inimigo constante. Não me permito errar, não me permito acreditar nos meus erros, o resultado? Não saber perdoar, nem pedir desculpas. Orgulhosa. Em todos os meus 17 anos mal vividos… Foram muitas as perdas por falta de um pedido de desculpas, e por mais que eu reconheça… Não há como mudar isso de um dia para o outro. O orgulho prevalece.
E, o que ele acaba por vezes ocasionando? Teimosia, em demasia admito. Não aceito muito bem conselhos, dicas, e todo o resto proveniente da opinião alheia, ok, mais um ponto negativo para mim. Teimosa. Bater a cabeça na parede até que isso possa parecer uma má idéia é uma péssima idéia. Pode rir.
Está com fôlego? É melhor estar, não estamos na parte complexa do meu ser ainda. A questão é, talvez eu não saiba quem sou. Na verdade, acredito que sei quem sou, mas por motivos desconhecidos por mim´até então… Omito isso de mim mesma, me fazendo acreditar em certas característas circunstanciais. Não importa, no momento.
Estupidamente sentimental, talvez um dos meus maiores erros! Ou acertos, creio que não há um modo de afirmar, pois, se não fosse sentimental não estaria aqui escrevendo essa descrição . Sou suscetível a melancolia, tenho uma paixão platônica, nem sempre correspondida, pelas palavras.
Acima de tudo, sou errante, um ser errante, não vou me culpar por isso, pois, se houvesse o perfeito o perfeito deixaria de ser assim que fosse.
Um ser errante, construído de palavras e sentimentos, por vezes, falhos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Toda aquela mesma história…

Estou cansada dessa falta de originalidade na minha pessoa. Estou farta de músicas melosas e palavras de consolo.
Quero encontrar um motivo para sorri, quero amar, mesmo não acreditando nisso que chamo de ‘amor’. Entenda… tudo o que quero é ter a possibilidade de fazer minhas escolhas sem esperar, ao final de tudo, a desilusão.
Preciso de alguém que me entenda, que me entenda em toda a minha falta de originalidade.

Camilla de Oliveira – Maio de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

19 de Outubro

Prometo que irei me atentar às palavras, e tão só e somente elas.
Há palavras para consolo, para alegria, raiva, tristeza, há palavras para tudo,
E é nelas que devo concentrar toda a minha consciência.
Ter consciência de que palavras não são só meras palavras, são sentimentos, expressões do que vemos neste mundo esquisito.
Prometo não me arrepender das minhas ações momentâneas, não suspirar pelos amores passados, não chorar pelas dores futuras.
Há ilusões que nos poupam da realidade sórdida, e essas ilusões nos mantém resistentes ao próximo baque, resistentes à próxima desilusão.
Se alguém me perguntar o que desejo, sorrindo com sinceridade, pedirei:
- Mais uma dose de ilusão, por favor!

A.France

segunda-feira, 14 de junho de 2010

“O poeta é um fingidor”

Um texto de Fernando Pessoa descreve tudo o que eu penso sobre o poeta, e não só ele, o escritor num geral… Lhes apresento,

 

Autopsicografia

Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

P.S.: Estou viva.

terça-feira, 25 de maio de 2010

… ou quase isso.

3871571553_b08bf159c9 O tempo só passou, passou depressa, rápido.
Um piscar de olhos na verdade… E tudo o que eu vivi, todas as lágrimas, as lástimas, sorrisos, não passou de um ensaio para que a minha vida fosse de fato apresentada como uma peça de teatro.
Todos aqueles meus dramas, todas aquelas minhas palavras, sim, minhas palavras, tão minhas quanto qualquer outra coisa. Embrulhei-as em minhas mais doces memórias, guardei-as envoltas de sonhos e fantasias que ainda anseio, secretamente.
O tempo não me permitiu continuar olhando para trás, mas eu aprendi. Aprendi muito, com tudo o que errei, tudo o que perdi, aprendi também com os acertos.
Tenho algo importante a dizer, na verdade, o motivo dessas palavras todas, ditas até esse exato momento, é um só. Preciso dizer que eu finalmente aprendi que as pessoas que me amam, e tanto me proibiram de fazer o que eu queria…
Elas não queriam me impedir de cometer meus próprios erros, e não queriam me impedir de fazer minhas escolhas. Só queriam que eu pulasse erros desnecessários, mas não menos dolorosos.
O grande erro, inevitável, é não acreditar que há erros desnecessários, acreditar que você tem que passar por tudo, independente da consequência.
Viver não é saber tudo, viver não é só errar também…
Por esse motivo, continuo errando, acertando… E acreditando piamente que nada é irremediável (ou quase isso).

Camilla de Oliveira

sábado, 8 de maio de 2010

Todo amor que houver nessa vida…

Digitalizar0044Não há nessa vida amor maior que o meu, afeto maior que o meu, e eu hei ainda de dizer que todo esse amor não pode ser retribuído por ninguém mais que você, mãe.
Sei que diante de minhas frustrações, diante dos meus erros, e até mesmo diante dos acertos, você é a única pessoa, que em meio a tudo, estará lá estendendo a mão para que eu possa me levantar. Oferecendo um abraço apertado para que eu possa chorar em seu ombro. Oferecendo um sorriso para que eu me sinta completa em meio às minhas conquistas.
Tudo aquilo que você passou por mim, tudas as noites de preocupação, todas as queixas, sermões, brigas e desentendimentos, tudo aquilo fez de mim o que sou hoje.
Posso dizer que tenho orgulho de dizer que sou sua filha, mãe. Você é um exemplo, um ótimo exemplo. E por mais que eu diga o contrário quando, algumas (muitas) vezes escuto o que não quero ouvir, essa é a mais pura verdade. Porque sei, que poucas mães fazem tanto quanto você fez por mim.
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Minha melhor amiga, mãe, é você. Tenho plena consciencia disso, ninguém me conhece tão bem, ninguém sabe o que me vem a cabeça antes mesmo que eu saiba além de você. Por mais que eu deteste admitir, você entende mais de Camilla do que eu. Isso me conforta nos momentos de dúvida, de insegurança, pois sei que você não me deixará cair, não me deixará acabar com os meus sonhos e pretenções.
Eu queria escrever algo que te emocionasse, mas é difícil, é extremamente difícil traduzir tudo o que eu sinto por você pras palavras. Acredite, daria mil vezes o que vai dar isso aqui se eu conseguisse.
Digitalizar0043-2Seria legal contar momentos engraçados… Sabe? Eu lembro de alguns, como na quarta série, quando eu disse um palavrão na sua frente pela primeira vez, e voc ê me puxou pelo braço e lavou minha boca com sabão imediatamente, ou quando eu era pequena e te constrangia quando dava tava na cara das pessoas, ou quando eu saia pra andar de bicicleta e voltava toda machucada, e você ficava com aquela cara de desaprovação, a vez que eu comi um espinho de peixe e passei mal, rs. É muita coisa…
Há também aqueles momentos mais hm tristes, como quando eu me decepcionava com as pessoas e chorava no seu ombro, quando o seu avô morreu e você ficou triste, eu lembro que naquele dia eu tentei fazer com que você se sentisse melhor e nós duas acabamos chorando. Quando você brigava feio comigo e depois a gente ficava sem se falar, quanto tempo perdido ;x .
Tanta coisa que você me ensinou, tanta coisa! Meu gosto pela música… é uma delas, eu tenho orgulho de dizer que eu adoro MPB, Bossa Nova, Jazz, e quem me ensinou isso desde que eu era um projeto de gente? Você! Me ensinou como me portar, como agir, como fugir de erros desnecessários que eu queria cometer, como achar os acertos, como aceitar certas coisas que eu não queria aceitar…  OgAAAIInT0x7Le10arhPY4K0_satzuUuqfY4ijXGNsx46QCVqaz6vQiNLLmnPpJZUGpL2DHB1kyk3GkmYYAh-93lZo8Am1T1ULpjp3IdO3uCwiwJgpNzG3omwUEj
Devo muito à você, mãe, não só a vida (que diga-se de passagem é minha maior dívida)… Devo a você a devoção, a preocupação, o amor, o carinho, a educação que você me deu por todos esses anos, o zêlo.
Foi graças a você que eu aprendi 95% do que eu sei, é graças a você que eu sou quem sou, o brigada pelos sermões, pelas brigas, pelas palavras duras que eu tive que ouvir, eu também tenho que agradecer pela sua genética, que faz de mim uma linda mulher (momento descontração), rs.
Eu lembro que quando eu era beeeeem pequena ainda, você ainda cantava, e o papai colocava a gente pra dormir e aí você chegava tarde e tudo mais, eu lembro no Ano Novo, quando você cantou no clube, e eu e a Bruna ficamos vendo você, sabe mãe, era como ver uma estrela *-*, porque você é uma estrela, e das grandes. E eu sei que foi difícil pra você deixar aquilo pra se dedicar mais às suas filhas. E mesmo que eu possa parecer ingrata na maioria das vezes… Eu sou grata a tudo o que você fez por mim.
OgAAAK54ZrUCL5aDorDdusXNdLJHEsxwSsoQyZFZct4rdVrU9iJ3yoBSFT9UHN9SM2PdcnGeMZM4-wcwerhVjr2clgUAm1T1UD9hjf_QZl53A3nMBFTjpRv87jxMNinguém além de você ia aguentar alguém como eu, só você mesmo pra aguentar minha preguiça, minha desorganização, meu mau humor contínuo, minha teimosia, meu orgulho exarcebado, meu descontentamento com ‘negação’, meu jeito bipolar e inconstante. E aquela minha mania que você detesta… a de querer dar a última palavra sempre…
Pode até não parecer, mas nossos gênios são parecidos, se não fossem nossas brigas não seriam tão ‘calorosas’, quando as duas não se batem, salve-se quem puder! Uma quer falar mais alto que a outra, uma quer gritar mais que a outra, uma quer dar a última palavra… e a outra também. É difícil “/ mas faz parte do convívio, não existe amor sem desentendimento…
não editadas (40)Lembro de um dia, de uma conversa nossa, não faz muito tempo, você me disse várias coisas, você estava triste naquele dia, e eu não aguentava de ver daquele jeito, e tudo o que você me disse, me fez fazer uma promessa a mim mesma, eu prometi que sempre, independente do que acontecesse, eu estaria aqui por você, como você sempre esteve por mim. Essa é uma promessa que eu sempre vou levar comigo mãe, você tem alguém por você, alguém que te ama mais que qualquer pessoa, alguém que te ama mais que tudo. Eu sempre estarei aqui por você, pra te apoiar, te segurar, te levantar quando for preciso, te parabenizar com as suas conquistas.
Eu te amo, mãe, mais do que qualquer outra pessoa, mais do que qualquer outra coisa, eu estarei aqui por você.
Obrigada por ser essa mãe maravilhosa, essa pessoa maravilhosa, essa mulher maravilhosa. Obrigada por tudo.
OgAAAMVNzQCmvSyRs3lOoTAJnIbhHLQCAm0h45aOEO28Mdx-tCNVoxnCz6pQVaQRqdfDP5eiG672EodunDAUnPvDgNMAm1T1UJDsV8HIz_QnQthpaq4FmC185EEh

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pequenos detalhes que fazem toda a diferença

Só um pequeno aviso...
O Gosh! está meio que de férias, porque a dona dele, no caso eu, está a beira de um ataque de nervos, tá, é carnaval, mas a vida continua corrida..  vou postar quando der, o Show do Coldplay tá chegando, e aí eu to correndo atrás dos detalhes e bla bla bla, complicado.
Volto com notícias assim que possível. beijos ;*
C.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O passado em meu presente

Vi a marca do passado em meu presente, durante anos tudo aquilo que eu não me recordava, o que não queria recordar veio à tona, num simples piscar de olhos lá estava você parado no mesmo lugar que lhe deixei.
Tanta coisa mudou, você se foi, mas eu continuo correndo em círculos e não consigo me lembrar de como vim parar aqui, talvez seja o medo de lembrar das suas feições, ou daquele seu abraço que tirava de mim todas as dúvidas.
A vida me trouxe novas perguntas, mas como posso resolve-las se não consigo me lembrar das outras respostas?
É exatamente como você me disse que seria, o sol irradiando tudo, o entardecer, as estrelas no céu e, por fim, a escuridão. Como posso lidar com tudo isso se nem ao menos me recordo?
Vi a marca do passado em meu presente.
Vi você parado naquele mesmo lugar onde me deixou, aquele mesmo lugar onde nos falamos pela primeira vez, o lugar que não nos deu tempo para despedidas.
O meu passado já não me persegue, eu o persigo, tento decifra-lo... Preciso das respostas que deixei jogadas pelo chão.
Não fujo. Quero lembrar-me do sorriso, da força em suas mãos, da tensão no seu rosto quando algo saída do controle, nada se compara. Nada.
Vi a marca do passado em meu presente, um flash, um lapso. Me recordei.
Havia dois corações acompanhados de árvores e prédios. O que resta daquele lugar são cinzas, já não há mais marcas, nem algo para se recordar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre a normalidade e, por consequência, a loucura…

Algo que tem tomado conta dos meus pensamentos nos últimos dias é essa questão sobre ser ou não normal, ser ou não louco.
Quem pode me dizer se sou alguém normal? O que é ser alguém normal? Existe algo normal neste mundo?
Ok, comecemos com apenas uma pergunta, com tantas diferenças, com tantas semelhanças que não passam de máscaras, alguma coisa nesse mundo pode ser considerada um padrão, um modelo a ser seguido?
Todo o conceito de normalidade da sociedade atual está inteiramente ligado ao modelo de sociedades ultrapassadas. Uma família ideal na sociedade ocidental é composta por um homem, o pai de família que trabalha para o sustento dos filhos e da mulher, a mãe, que é submetida ao trabalho doméstico e à criação dos filhos, e os filhos que devem ter boa conduta, tirar boas notas e tudo mais, a filha deverá ser casta, e se portar bem diante da sociedade,o filho seguirá exemplos do pai, também, por motivos óbvios, poderá, uma vez ou outra, agir como um garanhão, ganhar e quebrar corações apenar para provar sua virilidade.
Há muitas famílias assim atualmente, mas não se engane, nada é tão perfeito quanto parece, por trás de uma família perfeita, ou melhor, normal, há verdades que a sociedade luta para esconder, o pai que trabalha duro para o sustento da casa não passa de um alcoólatra viciado em jogo, a mãe zelosa e cuidadosa com a família não passa da amante do vizinho, a filha educada e casta é na verdade aquela que os garotos procuram quando querem se divertir, e o filho prodígio é o machista que maltratará sua esposa futuramente.
A sociedade impõe a normalidade para encobrir as falhas desta entidade milenar chamada família. A sociedade impõe a normalidade aos loucos. E por que eles são loucos? A resposta é muito simples, eles tinham tudo para encontrar a sua felicidade, o pai poderia buscar ajuda, a mãe poderia pedir divórcio, e ambos poderiam ajudar seus filhos a achar um rumo na vida. Mas não é isso que acontece, eles ficam juntos, sofrem dia após dia porque julgam, ou ao menos querem, ser normais.
Eles vivem como querem que eles vivam, seguem regras que não entendem (nem aceitam), regras que acatam para não serem ridicularizados e desmoralizados. E ainda, se colocando num lugar melhor ao que pertencem, achando-se no direito de chamar aqueles que contestam as regras da sociedade de loucos.
Louco é aquele que se julga normal. E normais (provavelmente) são aqueles que contestam todas essas regras e hierarquias, porque você não pode simplesmente aceitar que te rotulem, que te mandem ser algo que você não é. Aceitar tudo isso é ser louco.
A sociedade demora a evoluir e esse atraso gera conflitos entre aqueles loucos que se acham normais e aqueles normais que são julgados loucos, isso gera as mudanças que a sociedade precisa. Essa luta constante pode não aparentar resultados positivos, mas olhe em volta, com essa luta contra aqueles que não enxergam porque não querem ver, as mulheres conquistaram o direito de votar, os negros ganharam a voz que precisavam, as mulheres conquistaram o mercado de trabalho, e há ainda uma infinidade de conquitas.
Devemos tudo isso aos ‘loucos’ que a sociedade tanto recrimina.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ao passado longínquo que eu não consigo esquecer

 OgAAABbkW-QDlFtDD9lyqbDQCtr1JdQZIjCxQCYjUCHWs7jQ36m4GXvuOtF5K9Wklyzm330CsYD2uavwiBQBodu8iasAm1T1UL4vArJO1SZFL-r7RmDXoDRSUms9
Poderia dar tudo nesse momento,
e ainda assim estar com tudo o que me restou.
A vida que eu tenho enxergado…
nada mais é do que uma visão turva, falha,
daquilo que eu não queria ver, mas sou obrigada.
Eu te estenderia a mão
daria meu apoio incondicional, se eu pudesse.
Só fique longe, é tudo o que peço.
Sinto sua falta, a saudade me consome.
Mas sei que não posso ir adiante, não ao seu lado,
Sei que você não entende isso,
sei que você acha que isso significa que já não há sentimento.
Passei por cima de meus medos, meus sentimentos,
para o que julgava ser melhor para nós.
Fugi do que não queria para te libertar de uma possível culpa futura,
fugi daquilo que eu queria por amor.
Agora, renego minha saudade, renego a sua falta,
para não ir atrás de você e dizer que não consigo mais.
Estou cansada de negar, renegar, esconder.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Você e meus erros


Não acho que a culpa tenha sido inteiramente minha,
não acredito que eu fui a causa das suas dores,
lágrimas e derrotas.
Estive te apoiando por mais tempo do que deveria,
no entanto, sinto-me um fracasso.

Um fracasso por não saber o que se passa diante dos meus olhos,
nao saber como isso pode ser resolvido,
por ter medo de ouvir sua voz.

 É difícil ler um "Eu te amo",
ainda mais quando ele vem acompanhado de um
"Vou sentir sua falta",
não posso pensar na possibilidade de não te rever ou falar com você novamente.

Pensar em tudo que eu te disse,
tudo que nós vivemos juntos,
todas as minhas confusões,
e 'eu te amo' não ditos.

Não me arrependo de nada,
nada do que eu fiz, ou não fiz, pode ser desfeito,
mas eu te queria por perto,
queria poder ouvir sua voz, ter o seu perdão.

Queria o perdão, que talvez nunca consiga.
Perdão por dizer 'eu te amo' quando não era o que eu realmente sentia.
Quando tudo o que você era pra mim era um amigo,
um melhor amigo, um confidente.

Talvez a culpa seja inteiramente minha, talvez.
Acho que eu deveria, ao menos, ter o direito de te dizer adeus,
te dizer 'eu te amo' mais uma vez, como uma amiga.



Uma hora eu apago tudo isso acima, uma hora eu deixo de ser sentimental, e deixo as pessoas partirem sem se despedir sem que lágrimas sejam derramadas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Último Pedido

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Sei que já não me resta muito mais nessa vida
Sofrimentos, arrependimentos, amores
Por isso diante do silencio eterno
Peço que leve meu ultime suspiro
Em minhas horas de sono
E em minha solidão.
Para que assim,
Na face da terra, minha existência desapareça por completo
Acompanhada de meus fantasmas e minhas memórias
Considere como meu último pedido
Pois sei que já não me resta muito mais da doce e amarga vida
Sei que já não me resta muito porque lutar,
Ou suspirar.
Não me resta mais tempo.
Só me resta esperar.

(Texto: Camilla de Oliveira – 13 de Outubro de 2009)
Escrevi pensando numa velha senhora que, no auge da sua velhice, sente o suspiro da morte soprar-lhe a nuca, o medo de partir não lhe assombra mais, afinal, nada pode ser mais assustador que uma vida não vivida, nem a morte.

Escolhendo o inimigo certo

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A importância dos outros na construção do eu é um ótimo tema para discussão. Será que o outro age de forma positiva ou negativa no nosso ser? Provavelmente em certo ponto essa influencia pode se tornar negativa, mas somente se você não tomar cuidado.
Se você não se conhece, não conhece seu ser, nem suas vontades e desejos, você certamente estará mais vulnerável a influência continua dos outros na sua vida. Porque todos nós estamos condicionados a conceitos dos outros e em geral os outros não aceitam diferenças porque sempre estão ocupados demais em julgar e aprisionar nossa alma.
Em geral, os grandes gênios são aqueles que não sofrem qualquer influência de outrem recebendo assim espaço para ser original, para ser brilhante. Você pode fazer parte do ciclo de outros, do seu amigo, do seu funcionário, do seu patrão. Todos nós somos outros.
O filósofo alemão Nietzsche tem como base de que temos que abandonar as estruturas, ou seja, a sociedade, para podermos conhecer nosso eu e assim não estarmos sujeitos a fazer escolhas que convenham ao outro. Para ele o objetivo do outro é nos dominar, e o amor é uma das formas de dominação utilizadas.
Nietzsche acredita que seja preciso escolher o inimigo correto para se opor. Se você escolher o outro como seu inimigo você estará travando uma batalha com o inimigo errado, seu grande inimigo nessa historia é você mesmo.
A solução para tornar essa influencia totalmente positiva seria conhecer nosso eu para, depois, não ter que procurar nos outros um inimigo.

(Texto: Camilla de Oliveira – Oito de Outubro de 2008)