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Who!?

É extremamente difícil se definir, é fácil falar dos outros, é fácil os outro falarem de você, mas você por você mesmo... É algo complicado, pois a partir do momento que você se descreve, você mostra aos outros o que você vê de você mesmo. Isso te deixa numa posição de vulnerabilidade, te deixa desnudo de qualquer outra coisa... Mas, afinal, não é isso que um escritor faz? Desnuda-se de todos seus segredos, sentimentos, mágoas e alegrias? Um escritor desnuda-se diante de seu público. Entretém o outro com sua própria dor.

E assim escreveu João Cabral de Melo Neto em uma de suas poesias: "Então por que quem escreve, se escrever é afinal dar, evita gente por perto e procura se isolar? Escrever é estar no extremo de si mesmo, e quem está assim se exercendo nessa nudez, a mais nua que há, tem pudor de que outros vejam o que deve haver de esgar, de tiques, de gestos falhos, de pouco espetacular na torta visão de uma alma no pleno estertor de criar.", minha professora de literatura me disse isso uma vez, e jurei nunca mais me esquecer.

Então, quem é essa que lhes escreve?
Sou uma sonhadora, alguém que sonha com as coisas mais difíceis, algumas impossíveis, de serem alcançadas. Sou alguém que procura as palavras ao invés de pessoas, as pessoas são ótimas, mas são as palavras que estão sempre lá por você.
Sou uma pessoa perdida em meus devaneios, em minhas dúvidas e dores, mas sou feliz, mais feliz do que muitos que vagam por esse mundo dizendo-se plenamente feliz, aquele que se diz pleno em algo não quer admitir suas falhas.
Sempre acreditei que as pessoas são 'metamorfoses ambulantes', como a teoria de ser e não ser ao memso tempo de Heráclito, acredito que estou mudando a cada segundo, e a Camilla de um segundo atrás é totalmente diferente desta Camilla, que também já passou.