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domingo, 18 de setembro de 2011

Antigo, dos tempos de 2008

Já anoitecia, enquanto ela fazia preces e mais preces para que a escuridão não voltasse. Eram inúteis, ela sabia, mas eram sua única motivação, seu único objetivo de vida.

Quando a escuridão chegava e tudo ficava negro, era possível ouvir seu coração batendo com força. A aflição tomava conta de seu ser, enquanto sua carne, já esquecida, congelava com a gélida brisa da noite. Impossível não sentir agonia naquele momento, algo estava ali e ela sabia que não iria partir até que a escuridão e as sombras se fossem ao amanhecer.

Respirou fundo e levantou-se, não poderia ficar encolhida naquele canto, no chão, até que as longas horas da noite passassem. Torturantes horas de medo. Caminhou pelo breu, não enxergando nenhum palmo diante de seus olhos, esbarrou em alguns móveis posicionados na sala. Ao chegar à porta do cômodo estagnou, paralisada não conseguia mover nenhum músculo de seu corpo. As tentativas eram inúteis e no fundo, no fundo, ela sabia disso.

Aquilo sempre sempre a perseguiria. Um estranho, desconhecido...

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