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domingo, 11 de julho de 2010

Momento.

4553979401_df03e11523_large[1] Uma carta foi tudo o que deixei.

Naquela noite as coisas estavam completamente diferentes e diante de todos aqueles últimos atos, falhos, não me restou alternativa se não dizer…

Adeus.

Peguei as poucas coisas que me pertenciam, deixei-as na porta de entrada. Dirigi-me a cama, onde ele dormia tranquilamente, ajoelhei-me ao seu lado. Observei-o por alguns intantes. Silêncio.

Beijei-lhe a testa.

Adeus.

Fui até a entrada do que, dias antes, eu considerava meu lar, hesitei. Uma lágrima teimou, uma lágrima molhou minha face esquerda. “Essa é a última coisa que você terá de mim.” proferi silenciosamente.

E lá estava eu, uma nova eu. Peguei minhas coisas e sai.

Deixei a carta na cabeceira. “Espero que ele encontre”, pensei.

A partir daquele momento, todas as preocupações tomaram rumos diferentes, rumos distantes. Daquele momento em diante só me restariam incertezas que eu procuraria trasformar em certezas.

Caminhei até aquele lugar, aquele mesmo lugar onde anos antes nos conhecemos. Foi como se eu voltasse no tempo, como se fosse novamente aquela tarde de outono onde as folhas caiam no chão.

Um novo recomeço, uma nova perspectiva.

Adeus.

 

Camilla de Oliveira – 11 de Julho de 2010