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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Reciprocidade

Não sou mais aquela garotinha que buscava nas palavras uma maneira de registrar suas decepções, seus desapontamentos.

Não escrevo para mim, escrevo para os outros.

Vivo dos meus personagens, vivo dos seus conflitos.

Estou cansada.

O mais perigoso de interpretar é se perder.

Estou perdida.

Por muito tempo acreditei que estava certa de muitas coisas, hoje minhas certezas encontram-se ao vento, largadas.

É como se você acreditasse piamente que o céu é azul e então você acorda e ele está verde ou vermelho.

Você não vê? Você deveria estar cansado de simular também, você devia se interpretar por algum tempo.

Mas as pessoas nunca param de interpretar, não é mesmo?

Deixemos essa reciprocidade de lado, não espero mais nada de verdadeiro.

Começo a considerar viver de fantasia, viver de personagens.

Uma verdade totalmente inventada por mim, liberdade.