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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A crueldade em palavras


Minhas palavras são cruéis, desesperadoras, como o inverno severo em cada uma das ruas dessa cidade. Continuo escrevendo com a fúria que me resta.
Elas são cruéis, mas eu as quero tanto. Eu as quero mais do que qualquer outra coisa. Oh, elas são amargas, sim, elas são, mas o gosto levemente adocicado no fim da amargura não me desagrada, pelo contrário, me prende, me alucina.
Eu lhe quero, eu lhe quero tanto. Isso é realmente péssimo, posso sentir isso, nas diferenças gritantes entre nós, posso sentir isso na indiferença das palavras, cruéis, desesperadores, como as pessoas lá fora.
Minhas palavras são carregadas, carregadas de você, cheias de ódio e amor, fúria, som, melancolia, não esquecendo, é claro, a ilusão. Minhas palavras são isso.
São você, são esta que sofre, sofre desesperadamente, mas que não abandona a causa da sua dor. Eu quero você, eu lhe quero tanto, isso é terrivelmente doloroso, e doce.
O ar pesa, as palavras são cruéis, sou o que sou, você é você, o que mais eu poderia esperar disso tudo? O que mais eu poderia pedir nessa vida insana e amarga?

A. France

3 comentários:

Bruna Oliveira disse...

que lindo, chorei. mimimi

Anônimo disse...

nossa, que tocante! Gooosh, desculpa pelo sumiço, mas é que eu tive as provas do colégio e tal :/ Passa lá no Laune? http://laune.wordpress.com/

- iorgut disse...

que lindo, tu sabes como prender o leitor em todo o conto, parabens amr, amei :D